Repórter de Economia / [email protected]
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Publicado em 17 de fevereiro de 2021 às 22:46
- Atualizado há 5 anos
Após a vistoria realizada por técnicos nesta quarta-feira (17) no condomínio Cancun Top Life, em São Diogo, na Serra, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES) informou que não descarta a possibilidade de desabamento da torre-d'água que abastece o prédio. No entanto, ponderou que ainda terá que ser feito um diagnóstico decisivo e seguro.>
A caixa-d’água do residencial apresentou um amassado na terça (16) e os moradores saíram de casa temendo o desabamento. Na manhã desta quarta, a Defesa Civil municipal também fez uma avaliação inicial da estrutura e chegou a falar que não via risco iminente de queda, mas que era necessária uma análise mais especializada da torre. >
De acordo com os profissionais especialistas do Conselho, o reservatório de água, construído em chapas de aço, com aproximadamente 35 metros de altura e 3,5 metros de diâmetro, apresenta "importante deformidade". O condomínio não está interditado.>
O Crea, porém, destacou, o "grau de risco deve ser estabelecido e indicado por empresa de engenharia especializada". >
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"Entre as variáveis técnicas importantes que a empresa deve observar a fim de se obter um diagnóstico decisivo e seguro estão a análise dos projetos, a realização de levantamentos in loco da estrutura e a descrição de um histórico das ocorrências e das manutenções realizadas desde a implantação da estrutura", informou.>
Após a vistoria, três empresas de engenharia foram autuadas pelo Crea, que também notificou a MRV, empresa que construiu o condomínio, e a empresa Dipawa Reservatórios, fabricante da caixa-d'água, a apresentarem documentos e projetos sobre o empreendimento.>
Segundo o Crea, durante a vistoria também foi identificada a existência de um laudo técnico emitido em 17 de julho de 2020. >
O documento, expedido por empresa especializada, com responsável técnico e registro de Anotação de Responsabilidade Técnica, já apontava, na ocasião, irregularidades, como oxidações, antes mesmo de vencer a garantia de fabricação dos reservatórios, que seria em agosto de 2020.>
A empresa responsável pela construção do condomínio fez uma perícia no local na tarde desta quarta. Em nota, a construtora MRV afirmou que será necessário reforçar parte da estrutura da torre-d’água onde, segundo a empresa, “foi feito uma intervenção inapropriada por parte do condomínio”.>
O laudo técnico feito por um profissional contratado pela MRV está previsto para sair na próxima semana. Com ele em mãos, a construtora disse que vai orientar o condomínio para que seja feito o reforço apropriado no local. O condomínio foi entregue aos moradores em 2016.
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Na tarde de terça-feira (16), moradores repararam que a estrutura que armazena a água dos condôminos ficou danificada e decidiram sair do prédio por precaução, temendo que a situação se tornasse parecida com a do Residencial São Roque, em Cariacica, onde uma pessoa acabou morrendo, em dezembro passado, após o desabamento de duas torres-d’água.>
Uma moradora de um dos prédios, que foi entregue em 2016, prefere não se identificar, mas diz que o problema começou a ficar perceptível por volta das 14h30 desta terça (16) e que uma obra recente pode ter desencadeado o "amassado" que se vê nas imagens. >
"Recentemente, depois de muitas reclamações de a água estar muito quente, uma empresa veio para fazer umas aberturas como se fossem janelinhas em alguns pontos do castelo-d'água. Estão dizendo que é numa janelinha dessa que começou o problema", relatou.>
Segundo a moradora, desde o início da tarde começou a acionar o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil, porque todos os vizinhos ficaram com medo de a estrutura ceder. "A caixa-d'água fica exatamente em frente ao bloco 5 e próximo do 6. Também tem garagem ali e a área de lazer com piscina, então todo mundo saiu desses lugares quando percebemos o amassado.”>
O episódio envolvendo o condomínio em São Diogo, na Serra, onde uma área foi isolada nesta terça-feira (16) por recomendação da Defesa Civil da cidade após a caixa d’água do prédio ficar com parte da lateral aparentemente amassada, é apenas o mais recente de uma série de problemas alarmantes envolvendo condomínios no Estado.>
O temor dos moradores era de que a situação se transformasse em outra como a registrada no Residencial São Roque, no bairro Padre Gabriel, em Cariacica, em dezembro passado, quando duas torres-d'água desabaram, deixando dezenas de famílias desalojadas e matando uma pessoa. O residencial, que pertence ao programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal, havia sido inaugurado apenas duas semanas antes.>
Em janeiro, moradores dos edifício Santos II, no bairro Nova Itaparica, em Vila Velha, acordaram de madrugada com um estrondo provocado pelo colapso parcial de dois pilares de sustentação do prédio. Segundo a prefeitura, o prédio, construído por uma empresa privada, não tinha a documentação correta.>
Em fevereiro, a estrutura da área de festa do Residencial Otílio Roncetti no bairro Gilson Carone, em Cachoeiro de Itapemirim, desabou durante uma chuva. Neste caso, ninguém ficou ferido.>
Na noite da última quinta-feira (11), moradores de 16 apartamentos do bloco 13 do condomínio Residencial Vila Velha, em Jabaeté, tiveram que deixar seus lares por medo de que a estrutura desabasse. Segundo a síndica Mirian de Freitas, foram constatadas rachaduras em pelo menos três apartamentos do condomínio entregue em 2016 pelo programa Minha Casa Minha Vida. O local permanecerá interditado até que haja garantias de que é seguro.>
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