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Concurso e seleção: o que muda nas formas de ingresso no serviço público

Concurso e seleção: o que muda nas formas de ingresso no serviço público

Além de provas, outras competências também serão avaliadas pelos órgãos que recrutarem profissionais para ocupar cargos no funcionalismo

Publicado em 13 de setembro de 2020 às 15:26

gabarito de provas de concurso
Provas de conhecimento teórico continuarão sendo feitas, mas serão incorporadas outras modalidades Crédito: Pinterest

O ponto central das mudanças propostas pela reforma administrativa do governo federal está no ingresso de novos servidores. O concurso público continuará sendo a principal forma de acesso, segundo a proposta do Ministério da Economia. Mas, além do conhecimento teórico, serão avaliadas as competências profissionais e, especialmente, o desempenho prático de quem busca a carreira pública.

“A estabilidade e a remuneração dos atuais servidores serão mantidas. O que estamos propondo é para os servidores que ingressarem no serviço público a partir da aprovação da PEC e dos projetos de lei”, destacou o secretário de Gestão e Desempenho de Pessoal do Ministério da Economia, Wagner Lenhart, durante apresentação da proposta, no último dia 03.

Com a reforma, o regime jurídico único dará lugar a cinco tipos de vínculo do novo servidor com a administração pública: vínculo de experiência, por prazo determinado, cargo com vínculo por prazo indeterminado, cargo típico de Estado e cargo de liderança e assessoramento. Para cada um deles haverá uma forma de ingresso.

“Uma lei federal definirá que tipo de atividades serão enquadradas na categoria de cargo típico de Estado, quais são essas funções essenciais”, explicou o secretário especial adjunto da Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, Gleisson Rubin.

Para essas atividades, a porta de entrada será o concurso. Já no caso dos cargos de liderança e assessoramento – que substituirão os comissionados –, por exemplo, parte das vagas poderá ser preenchida através de processo de seleção simplificado. Outra parcela permanecerá de livre nomeação e exoneração. Nas duas situações, haverá critérios mínimos definidos por cada um dos Poderes. O objetivo é profissionalizar a ocupação dessas posições.

Reforma administrativa
O que muda nas formas de ingresso no funcionalismo
  • 01
    Novos concursos públicos
    Essas questões não são tratadas na PEC e, além disso, já há legislação prevendo a possibilidade de diferentes modalidades de provas (objetivas, discursivas, práticas, entrevistas, avaliação psicológica). Elas são amplamente utilizadas em diversos concursos.  Os certames serão mantidos para contratação de cargos típicos de Estado e cargos com vínculo por prazo indeterminado.
    Cargos típicos de Estado
  • 02
    Contrato de experiência
    O concurso público não dará direito automático ao cargo. Depois de aprovados na primeira etapa da seleção,  os interessados passarão por um período de formação e avaliação prática de um a dois anos, chamado de vínculo de experiência. Ao término do período de experiência, a administração pública pode optar por continuar com o profissional, incorporando-o ao quadro fixo. Para ser admitido no quadro fixo, o servidor deve obter boa classificação nas avaliações de desempenho realizadas durante o vínculo de experiência entre os mais bem avaliados ao final do período, conforme previsto em cada edital.
    Boa classificação
  • 03
    Seleção
    Abrangerá contratação de profissionais com vínculos por prazo determinado, isto é, contratados para lidar com necessidades temporárias. Após o término do período, o profissional deixará os quadros da administração pública. Além disso, será a forma de ingresso de profissionais em cargos de liderança e assessoramento, destinados a atribuições de liderança estratégica, gerencial ou técnica e de assessoramento. Apenas uma pequena parcela será de livre nomeação.
    Prazo determinado
  • 04
    Indicações políticas
    Os concursos públicos continuarão a ser a principal forma de ingresso no serviço público. Não há mudança quanto a isso. Além disso, parte dos cargos de assessoramento e liderança se tornará acessível a todos os brasileiros, via seleção simplificada específica para a posição. Assim, a proposta do governo federal prevê que profissionais com maior experiência e formação, de dentro ou de fora do serviço público, possam ingressar diretamente nessas posições.
    Comissionados

A proposta de reforma administrativa enviada pelo governo federal ao Congresso afeta não somente a União, mas também Estados e municípios, que deverão seguir uma série de regras gerais quanto à gestão de pessoas. Detalhes específicos, entretanto, poderão ser definidos por cada ente. 

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