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Chefões da Telexfree já estão no Complexo Penitenciário de Viana

Chefões da Telexfree já estão no Complexo Penitenciário de Viana

Carlos Costa e Carlos Wanzeler  chegaram ao sistema prisional de Viana às 17h30. Eles foram levados para celas do Centro de Detenção Provisória de Viana II (CDPVII), onde vão cumprir a sua prisão preventiva

Publicado em 17 de dezembro de 2019 às 20:25

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Carlos Costa e Carlos Wanzeler chegando no DML para fazer exame de corpo delito, após serem presos pela Policia Federal - . (Ricardo Medeiros)

Os chefões da Telexfre, Carlos Costa e Carlos Wanzeler, já estão no sistema prisional capixaba. Os dois foram presos pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira (17), na Grande vitória, durante a Operação Alnilam, que investiga suposta ocultação de valores envolvidos com as atividades da Telexfree no Brasil.

Segundo informações da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), que administra o sistema penitenciário do Estado, Costa e Wanzeler chegaram às 17h30 ao Complexo Penitenciário de Viana. Em seguida eles foram conduzidos para celas do Centro de Detenção Provisória de Viana II (CDPVII), onde vão cumprir a sua prisão preventiva, quando não há prazo definido para a suspensão do mandado de prisão.

Não há informações se Costa e Wanzeler vão dividir uma cela ou com quem irão partilhar o espaço. No momento da prisão Carlos  Costa estava em seu apartamento na Praia da Costa, em Vila Velha, e Wanzeler seguia para a academia. Eles foram encaminhados ao Departamento Médico Legal (DML) para exames, antes de serem encaminhados ao presídio.

Há indícios de os empresários terem usados recursos obtidos de maneira fraudulenta e que estavam escondidos em contas de laranjas para bancar o show de Paul McCartney, realizado em Cariacica, em novembro de 2014. O caso foi revelado com exclusividade por A Gazeta.

A polícia não confirma a relação da prisão com a presença do ex-Beatle na Grande Vitória, mas as informações divulgadas até agora pelas autoridades revelam uma atuação semelhante para manter bens em nome de terceiros escondidos dos investigadores.

INVESTIGAÇÃO

Processos em andamento na Justiça Federal já apontavam para o envolvimento dos líderes da empresa em crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e outras fraudes contra o sistema financeiro nacional.

Chefões da Telexfree já estão no Complexo Penitenciário de Viana

A nova investigação que levou à detenção dos líderes, que está em segredo de Justiça, tem como alvo principal transações financeiras para lavagem de dinheiro. Segundo informações iniciais da PF, recursos que não tinham sido alcançados na Operação Orion, que decretou sequestro e bloqueio de bens em 2014, eram movimentados por terceiros.

Parte desse dinheiro foi usada para comprar imóveis que eram alugados para garantir uma renda aos empresários, de acordo com as autoridades. No site da Justiça Federal do Espírito Santo, em um outro processo envolvendo lavagem de dinheiro, o Ministério Público Federal, ao fazer a denúncia, disse que o líder da Telexfree, Renato Alves, foi usado para comprar imóveis para Carlos Costa.

Data: 17/12/2019 - ES - Vitória - Carlos Costa, e Carlos Wanzeler, chefão da Telexfree, chegando no DMl para fazer exame de corpo delito, após ser preso pela Policia Federal - Editoria: Economia - Foto: Ricardo Medeiros - GZ. (Ricardo Medeiros)

"SEM TELEXFREE, ES PERDERIA SHOW"

"Se eu não tivesse aceitado a proposta deles (Carlos Costa e Carlos Wanzeler), o Espírito Santo teria perdido o show de Paul McCartney". A afirmação é do empresário Flávio Salles, sócio minoritário da empresa responsável pela vinda do ex-Beatle ao Estado.

Flavio Salles, era sócio da Capixaba Eventos (empresa que trouxe o show de Paul McCartney) com investimentos da Telexfree. (Divulgação)

Flávio diz que desconhecia os problemas da Telexfree, bem como o fato de os recursos dela e de seus sócios já estarem bloqueados pela Justiça do Acre desde 2013. Também frisou não imaginar que os investimentos destinados ao show pudessem ter origem ilícita.

CACHÊ EM CHEQUE

O empresário de Paul McCartney, Barrie Marshall, explicou para A Gazeta que contratos e investimentos para a apresentação da estrela no Brasil couberam ao produtor brasileiro do show, Luiz Oscar Niemeyer Soares, que na época era sócio da Planmusic. “Eles (a Planmusic) cumpriram todos os compromissos contratuais”, disse o fundador da Marshal Arts, empresa com sedes em Los Angeles e Londres.

Ao ser apresentado às descobertas de A Gazeta sobre os investidores por trás da apresentação do ex-Beatle no Espírito Santo, Niemeyer, que há anos é o contato no Brasil de Barrie Marshall, disse estar totalmente surpreso. Ele afirma não saber a origem dos recursos usados para pagar o cachê.

Só confirma que foi feito um depósito em cheque na conta da empresa da qual era sócio na ocasião do show. O valor preciso não foi divulgado, mas o pagamento à estrela ficou na casa dos R$ 8 milhões. Ao todo, estima-se que o custo do evento tenha superado os R$ 15 milhões.

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Paul McCartney ao lado de seu empresário Barrie Marshall. (Twitter@Golden1Center)

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