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Publicado em 19 de setembro de 2024 às 16:00
Após alcançar crescimento superior ao do Brasil no primeiro semestre, a economia do Espírito Santo deve fechar o ano de 2024 com alta de 4,3%, também superior ao índice do país, cuja previsão do mercado é de 3%.>
O resultado positivo para o Produto Interno Bruto (PIB) capixaba deve ser puxado pelo bom desempenho da agropecuária, que tem previsão de crescer 5,9% este ano no Estado. Só no primeiro semestre, a alta no agro foi de 8,9%, tendo sido destaque entre todos os setores da economia capixaba. >
A previsão é do Indicador de Atividade Econômica (IAE), calculado pelo Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) e divulgada nesta quinta-feira (19). Até o final do ano, o indicador também estimou um crescimento de 3% em serviços e 1,7% na indústria.>
O crescimento da economia capixaba no primeiro semestre foi de 3,9%, na comparação com o mesmo período de 2023. A alta é superior à registrada pelo Brasil, que ficou em 2,9%.>
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O cenário apontado pelo IAE indica que o Espírito Santo teve um primeiro semestre marcado pelo mercado de trabalho aquecido, queda na taxa de desemprego, colheita positiva da lavoura do café, inflação abaixo da média nacional e aumento da corrente de comércio do Estado com o resto do mundo. >
Com isso, o desempenho do Espírito Santo superior ao do país foi puxado pela agropecuária (8,9%), seguido pela indústria (3,9%) e por serviços, que também engloba comércio e transportes (3,1%). >
"O crescimento na agropecuária foi bastante expressivo, enquanto no Brasil houve recuo de 2,9%, muito dele explicado pelas safras de soja e milho, nas quais o Espírito Santo acaba não atuando, por ter estrutura mais voltada para o café", detalha a economista-chefe da Findes e gerente executiva do Observatório da Indústria, Marília Silva. >
O presidente da Findes, Paulo Baraona, avalia que o resultado positivo se deve, além dos bons indicadores registrados, ao bom ambiente de negócios do Estado.>
“A Findes contribui diariamente para que ele seja cada vez melhor, tanto para tornar as empresas locais mais competitivas quanto para atrair negócios para o Estado. É importante dizer que a federação vem dando atenção e atuando em prol da pequena à grande indústria. Queremos que as empresas ampliem a produtividade e cresçam cada vez”, diz Baraona.>
Na avaliação da economista-chefe da Findes, para o próximo ano, o desafio de manter a previsão de crescimento passa pela consolidação das expectativas de investimentos, como o retorno da Samarco e também o início das operações do navio-plataforma Maria Quitéria, da Petrobras. >
Ela lista também como fator de atenção a questão das condições climáticas para o setor do agronegócio, mas considera que o Espírito Santo tem já feito ações a respeito do tema.>
“No caso da indústria, as projeções apontam para um crescimento de 1,7% ao longo de 2024. Essa previsão deve-se, principalmente, a uma expectativa de maior produção de pelotas de minério de ferro devido à reativação da Usina 3 da Samarco, que estava parada desde 2015. Além disso, o desempenho da indústria de transformação neste ano deverá ser melhor do que o observado em 2023”, explica Marília Silva.>
A projeção de 1,7% para a indústria é inferior ao crescimento registrado em 2023, que foi de 8,6%. A diferença no cenário, explicou Marília, é que, no ano passado, a alta foi impulsionada pelo setor de petróleo e gás. Com a entrada de novas empresas, foi retomada a produção nos campos maduros no Norte do Estado, que agora entram em estabilidade. >
De acordo com o IAE-Findes, o setor industrial capixaba cresceu 3,9% no primeiro semestre deste ano. O resultado é explicado pelo desempenho positivo das quatro atividades que compõem o setor: energia e saneamento (14,2%), indústria extrativa (5,2%), construção (2,3%) e indústria de transformação (0,8%). >
O gerente de Ambiente de Negócios da Findes, Nathan Diirr, aponta que a indústria extrativa cresceu em decorrência dos aumentos da produção de petróleo e gás natural (3,8%) e da atividade de pelotização do minério de ferro (1,4%). >
“Tivemos um crescimento de 5% na produção de petróleo e de 8,7% na de gás natural no Estado, segundo os dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). No caso da atividade de pelotização, a Vale registrou 3,7% de aumento de produção”, disse.>
O desempenho da indústria de transformação foi puxado pela alta de 2,8% do setor de metalurgia. Já os setores de minerais não metálicos e produtos alimentícios registraram leves altas de 0,3% e 0,2%, respectivamente. E o setor de celulose e papel, por sua vez, caiu 4,1%.>
O setor de serviços também cresceu no primeiro semestre deste ano, influenciado por todas as atividades que o compõem: comércio (1,1%), transporte (7,6%) e demais atividades de serviços (3,1%). >
“O mercado de trabalho favorável, o aumento da massa salarial da economia, a desaceleração da taxa de inflação e os programas governamentais ajudaram a explicar o desempenho do setor de serviços no Estado”, comenta Marília Silva.>
Ela acrescenta que a área de transportes também teve alta estimulada pela safra do café, que acabou ajudando a desenvolver o setor.>
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