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Publicado em 12 de dezembro de 2025 às 09:01
Mais escolas vão funcionar em tempo integral nas redes municipais de ensino da Serra e de Vitória em 2026. A informação sobre o movimento na Capital e na cidade mais populosa do Espírito Santo foi confirmada pelos prefeitos das cidades em entrevistas exclusivas à reportagem de A Gazeta, na quinta-feira (11), durante o evento Educação como Prioridade, promovido pela organização independente Todos Pela Educação em Brasília, no Distrito Federal. A ocasião reuniu outros 44 prefeitos e representantes de municípios de diferentes regiões brasileiras. >
Segundo o prefeito Weverson Meireles (PDT), da Serra, a iniciativa de ampliação do tempo integral prevê 1.590 novas vagas em unidades que serão divulgadas até o fim deste ano. Além disso, a cidade deve ganhar 7 novas creches nos próximos anos. As ações, projeta o chefe do Executivo serrano, devem garantir melhor desempenho do município nos índices de aprendizagem. >
Já na Capital, de acordo com o prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos), quase metade da rede de ensino, composta por 105 unidades, funcionará em tempo integral a partir do próximo ano letivo. Em relação ao ensino fundamental, todas as turmas do 1º ao 9º ano serão de responsabilidade da rede municipal de Vitória, com o objetivo de garantir melhores rendimentos nos anos iniciais da educação básica.>
Dados do Todos Pela Educação revelam que a Serra tem indicadores de aprendizagem abaixo da média nacional no acesso à educação básica. No grupo de crianças de 0 a 3 anos, a taxa de atendimento do município é de 23%, enquanto no país o índice é de 38%. Já de 4 a 5 anos, o atendimento é de 84% frente aos 92% do país. Além disso, 88% das crianças e jovens de 6 a 14 anos são atendidos pela rede pública de ensino serrana, enquanto nacionalmente o indicador é de 91%. >
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Os números ainda revelam que, no âmbito da aprendizagem, o percentual de crianças alfabetizadas no 2º ano do ensino fundamental na Serra é de 57,1% e, no Brasil, o percentual é de 59,2%.>
“Hoje temos 148 unidades de ensino e cerca de 70 mil alunos. Para reverter esse cenário [de indicadores abaixo da média], estamos ampliando o número de unidades e aumentando o atendimento em tempo integral. Em 2026, vamos aumentar em 10% o orçamento da educação e ampliaremos nossas metodologias de avaliação da qualidade de ensino, passando por alunos, professores e diretores”, explica Weverson.>
Mayara Cândido, secretária municipal de Educação da Serra, detalha que, em 2025, a cidade implementou um programa específico para a recomposição da aprendizagem. Batizado de Serra Educa Mais, o plano tem material estruturado, foco na formação de professores, assessoramento in loco da gestão municipal nas escolas e avaliações detalhadas dos alunos.>
“Focamos em língua portuguesa e em matemática, componentes que historicamente apresentam defasagem na aprendizagem. Para 2026, isso será mantido para consolidar investimentos importantes que projetamos para a educação na Serra, como a construção de 7 novas creches em localidades como Serra Sede, Belvedere, Ourimar, Vila Nova de Colares e Novo Horizonte”, destaca Mayara.>
Em Vitória, o levantamento do Todos Pela Educação mostra que, entre 41 mil estudantes de 105 escolas, os índices de aprendizagem, proporcionalmente, estão acima de indicadores nacionais.>
Na Capital, em relação ao acesso dos estudantes ao espaço escolar, os dados revelam que 65% das crianças de 0 a 3 anos são atendidas pela rede municipal. No grupo de 4 a 5 anos, 100% dos pequenos estão nas salas de aula, mesmo caso de crianças e jovens de 6 a 12 anos. Os indicadores de alfabetização entre alunos no 2º ano do ensino fundamental também estão acima da marca nacional: são 73,2% das crianças lendo e escrevendo na Capital capixaba frente o índice de 59,2% do país.>
Segundo Lorenzo Pazolini, os indicadores foram alcançados após um processo de reformulação das escolas iniciado depois da pandemia de Covid-19, quando os alunos voltaram para as salas de aula.>
“Reajustamos as políticas educacionais em Vitória para criar uniformidade pedagógica em todas as unidades de ensino. Nossos principais objetivos estavam voltados para a expansão do atendimento em tempo integral justamente para melhorar nossos índices”, explica Pazolini.>
O trabalho, afirma o Executivo municipal, também funcionou para reduzir desigualdades sociais em Vitória e para garantir mais acesso à educação em todas as regiões da cidade.>
“Nós atuamos com visitas de 15 em 15 dias em diversas unidades de ensino para uma série de planejamentos que acompanham de perto o que tem sido feito nas nossas escolas. Atualmente, nossos estudantes passam por cinco avaliações de rendimento e isso está se refletindo, entre outras coisas, em uma melhor formação e no acesso dos alunos ao Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) com rendimentos expressivos”, exemplifica Juliana Rohsner, secretária de Educação de Vitória.>
Agora, segundo Pazolini, o trabalho na educação está voltado para reformas nas unidades já existentes e construções de novos espaços de ensino, como o Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Geisla da Cruz Militão, em Nova Palestina, que deve ser entregue no início de 2026. Há ainda as obras nas escolas de ensino fundamental Irmã Jacinta Soares e São Vicente de Paulo, no Romão e no Moscoso, respectivamente, que devem ser entregues em 2027.>
* O jornalista viajou para Brasília a convite do Todos Pela Educação.>
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