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Publicado em 25 de abril de 2021 às 15:09
A Coronavac, produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, em São Paulo, em parceria com o laboratório farmacêutico chinês Sinovac, tem a previsão de intervalo de até 28 dias entre a aplicação da primeira e da segunda dose. O reforço é necessário para que se tenha a imunização completa contra o novo coronavírus. >
Mas o repasse de lotes do imunizante aos Estados, prometido pelo Ministério da Saúde, foi menor que o necessário para atender todo o público. A falta de vacinas tem preocupado quem já recebeu a primeira dose e está com o prazo da segunda aplicação vencendo. Na noite de sábado (24), o secretário da Saúde do Espírito Santo, Nésio Fernandes, usou as redes sociais para explicar o motivo do atraso e respondeu a uma série de perguntas e respostas sobre o tema.>
Apesar disso, o assunto ainda traz dúvidas. Nas redes sociais, muitos capixabas questionam sobre os possíveis efeitos da demora e se tomar a segunda dose da Coronavac com atraso inviabiliza a imunização. Diante disto, a reportagem questionou a epidemiologista Ethel Maciel sobre o que acontece se ultrapassado o intervalo de 28 dias.>
A especialista explicou que, por enquanto, não há muitos dados específicos sobre o assunto. As pesquisas mais avançadas sobre a imunização são realizadas em países em que grande parte da população já recebeu a vacina, como em Israel e no Reino Unido. Nesses locais, entretanto, não houve atrasos e o que ocorre no Brasil é uma situação inédita. >
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Assim, não há parâmetro. Via de regra, entretanto, a imunização somente poder ser considerada completa após a segunda dose do imunizante. Ou seja, mesmo com atraso, é preciso tomar a segunda dose.>
“Em nenhum desses países (mais avançados nas pesquisas sobre as vacinas) tivemos esses problemas que estamos tendo aqui. As doses foram dadas no tempo certo. Ainda não temos uma previsão para o que está acontecendo no país. O que a gente sabe, de fato, é que a segunda dose é o que a gente chama de booster, é como se ela reforçasse para a resposta imunológica durar por mais tempo.”>
Ethel diz que a primeira dose da vacina serve, a princípio, para apresentar aquele agente infeccioso ao sistema imunológico, e que, nessa fase, a resposta do organismo ainda é baixa. A segunda dose do imunizante ajuda a reforçar a imunidade e a mantê-la por mais tempo.>
Ela observa que o momento ainda é de incertezas e que, idealmente, o prazo previsto, com intervalo entre 14 e 28 dias entre a primeira a segunda dose da vacina contra a Covid-19 deveria ser cumprido. Mas, mesmo com atrasos, ainda é importante completar a imunização. Isto é, se o paciente tomou a primeira dose da Coronavac, deve receber a segunda, ainda que o prazo ultrapasse a previsão inicial.>
“O que a gente sabe das pesquisas é que a segunda dose deve ser administrada entre 14 dias e 28 dias. Além disso, não sabemos. Mas sabemos, por conta de outras vacinas, que para fazer uma imunização mais prolongada, é preciso tomar a segunda dose. Então, mesmo com atraso, é mais importante tomar que não tomar.">
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