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Teatro do Cais das Artes recebe acabamento com placas de cimento

Teatro do Cais das Artes recebe acabamento com placas de cimento

Objetivo da intervenção é tornar a estética da fachada mais harmoniosa e melhorar o desempenho termoacústico do espaço

Publicado em 16 de setembro de 2025 às 19:29

Cais das Artes
Trabalhadores durante o processo para revestir as paredes do Cais das Artes Crédito: Carlos Alberto Silva

As obras do Cais das Artes, na Enseada do Suá, em Vitória, entraram em uma nova etapa. O prédio do teatro, que compõe o complexo cultural, começou a receber uma cobertura de cimento, com o objetivo de tornar a estética da fachada mais harmoniosa visualmente e melhorar o desempenho termoacústico interno do espaço.

Com custo estimado em R$ 315 milhões, o museu — que vai funcionar no prédio mais comprido do complexo — está previsto para ser entregue em dezembro deste ano, enquanto o teatro deve ser aberto ao público somente em abril de 2026.

As placas de cimento já foram aplicadas anteriormente nos prédios do museu e do administrativo e, agora, começaram a ser instaladas sobre as paredes do teatro, que, até então, estava somente em concreto armado, sem nenhum tipo de revestimento.

Em formato pré-moldado, as peças são fixadas em suportes metálicos, dando um efeito de acabamento às estruturas. Na imagem abaixo, é possível ver as placas já instaladas à esquerda e a parede ainda sem a aplicação à direita.

Cais das Artes
Parte da parede do prédio do teatro (à esquerda) já teve a cobertura de cimento instalada Crédito: Carlos Alberto Silva

De acordo com a Secretaria de Estado da Cultura (Secult), a instalação das chamadas placas cimentícias faz parte do projeto original, não havendo nenhuma alteração no que foi pensado pelo arquiteto capixaba Paulo Mendes da Rocha (1928-2021).

O revestimento torna o visual dos prédios mais semelhante àquilo que havia sido divulgado nos projetos do complexo cultural, sem abrir mão de uma das principais características da obra do arquiteto capixaba e que marcam a arquitetura brutalista e moderna no Brasil: o concreto aparente.

Projeto mostra como Cais das Artes deve ficar após obras de acabamento Crédito: METRO Arquitetos

O predomínio do concreto é visto em outras grandes obras modernistas de Paulo Mendes da Rocha, como o Museu Brasileiro de Escultura e o Ginásio do Clube Atlético Paulistano, em São Paulo, e o Museu dos Coches, em Portugal. Criações como essas levaram o capixaba a ser agraciado com o Leão de Ouro, na Bienal de Veneza (2016), e o Prêmio Pritzker (2006), conhecido como o prêmio Nobel da arquitetura.

Projetado por Paulo Mendes da Rocha, Museu Brasileiro de Escultura e Ecologia, o MuBE
Projetado por Paulo Mendes da Rocha, Museu Brasileiro de Escultura e Ecologia, o MuBE Crédito: Facebook/MuBE

O mesmo estilo arquitetônico pode ser visto no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, do arquiteto Affonso Eduardo Reidy, e na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e de Design da USP, de Vilanova Artigas, em colaboração de Carlos Cascaldi.

O Cais das Artes começou a ser projetado em 2007. A obra começou em 2010 e se arrasta ao longo de 15 anos. A área construída é de 30 mil m² e será dotada de café, livraria, museu, teatro, anexo administrativo, além de espaços para exposições ao ar livre.

Trabalhadores durante o processo para revestir as parades do Cais das Artes. Primeiro colocam suportes metálicos que vao receber as placas de revestimento. Na foto já aparece parte da parede com as placas. por Carlos Alberto Silva

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