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'Sonhos cortados', diz pai de jovem atropelada e morta em Vitória

'Sonhos cortados', diz pai de jovem atropelada e morta em Vitória

Luísa Lopes, de 24 anos, atravessava a faixa de pedestres com a bicicleta, na avenida Dante Michelini, em Jardim da Penha,  quando foi atingida por carro

Publicado em 16 de abril de 2022 às 18:19

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Ivan Lopes, pai de Luísa Lopes, morta atropelada em Vitória
Ivan Lopes, pai de Luísa Lopes, morta atropelada em Vitória. (Samy Feerreira)

Um sol que caminhava espalhando alegria e luz. A definição dada a Luísa Lopes, morta em um atropelamento nesta sexta-feira (15), em Vitória, denotam o quanto a sua presença era marcante. Neste sábado (16), já sem a presença da filha, restou a Ivan Lopes lamentar a partida precoce e inesperada de Luísa. “Vontade de chorar, de chorar”.

Nas fotos compartilhadas nas redes sociais, o sorriso de Luísa era constante e representava uma jovem cheia de energia e sonhos — agora interrompidos.

“Luísa fazia inglês, já estava terminando Oceanografia. Ela pretendia ir para o Canadá, deixar o país e já estava se preparando para isso. Os sonhos dela foram cortados, interrompidos”, relembrou emocionado em entrevista à repórter Daniela Carla, da TV Gazeta.

Familiares e amigos organizam um protesto na próxima terça-feira, às 18 horas, para pedir justiça pela tragédia que tirou a vida de Luísa. A manifestação será na Av. Dante Michelini, em frente ao Clube dos Oficiais.

Em entrevista ao programa Em Movimento, Luísa havia comentado sobre o sonho de ser modelo. Em suas palavras, sinônimos de uma vida de luta e representatividade.

“Eu me via nesse lugar como modelo, mas não acreditava que poderia ter essa possibilidade, por conta da falta de referências. Um sonho que foi guardado e resgatado recentemente”, disse a jovem.

O pai de Luísa, diante das primeiras apurações sobre o atropelamento, faz agora uma reflexão sobre as leis e o consumo de bebida alcoólica e direção.

“Nossas leis não comportam mais a necessidade de pessoas ficarem embriagadas dirigindo carro e vindo vitimar uma pessoa que tem tudo pela frente para poder mostrar ao mundo a que veio. E agora foi tolhido o direito dela”, desabafou o pai.

A princípio, os relatos davam conta que o atropelamento havia sido causado pela corretora Adriana Felisberto, que estava com sinais de embriaguez. Agora existem novas informações, no termo da audiência de custódia da prisão da corretora, que indicam a possibilidade de outro motorista ter atropelado a modelo e universitária e, no impacto, arremessado seu corpo contra o carro dirigido por Adriana.

O ATROPELAMENTO 

Luísa Lopes, de 24 anos, atravessava a faixa de pedestres com a bicicleta, na avenida Dante Michelini, em Jardim da Penha, Vitória, com a bicicleta. Ela era apaixonada pelo carnaval e desfilava pela Unidos de Jucutuquara, sendo uma das principais atuantes na ala das passistas.

A jovem, atropelada por volta das 20h, também era estudante do último período do curso de Oceanografia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). 

Com o forte impacto do corpo de Luísa no carro da corretora de imóveis Adriana Felisberto. Segundo apuração da repórter Daniela Carla, da TV Gazeta, a corretora foi autuada por embriaguez ao volante e teve fiança arbitrada em R$ 5 mil. Como não foi paga, Adriana acabou encaminhada ao sistema prisional, onde deve passar por audiência de custódia.

Por volta das 12h30, a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) informou que a mulher estava no Centro Prisional Feminino de Cariacica. Na tarde deste sábado (20), a Justiça concedeu liberdade provisória a Adriana, mediante o pagamento de fiança de R$ 3 mil, um valor abaixo dos R$ 5 mil arbitrados pela polícia.

O QUE DIZ A POLÍCIA CIVIL

A reportagem de A Gazeta e da TV Gazeta tenta desde sexta-feira (15) obter informações sobre a autuação da motorista e quais procedimentos foram adotados no âmbito da investigação. Na tarde deste sábado (16), por exemplo, foram enviadas as seguintes perguntas à corporação: "1) A Polícia Civil investiga a participação de outro motorista no atropelamento? 2)A Polícia Civil solicitou imagens de videomonitoramento do local? 3)Quais linhas de investigação estão sendo trabalhadas na corporação? 4) Em qual delegacia o caso está sendo investigado?."

No entanto, a Polícia Civil tem se limitado a dizer, em todas as demandas enviadas por e-mail, que "Infelizmente, não conseguiremos ajudá-los hoje, pois a ocorrência não foi localizada no plantão vigente. Durante finais de semana, feriados e pontos facultativos a assessoria só tem acesso às ocorrências e autuações do plantão vigente das delegacias. Os cartórios onde consultamos ocorrências de plantões finalizados, funcionam de segunda a sexta-feira, em dias úteis."

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