Publicado em 6 de maio de 2020 às 10:52
Pouco mais de dois meses depois do primeiro caso de coronavírus ser registrado no Estado, o Espírito Santo já acumula mais de 3,5 mil confirmações de pessoas com a doença e um total de 133 mortes, de acordo com a última atualização do Painel Covid-19 da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). >
Os números dão uma dimensão do panorama da doença no Estado, mas poderiam ser bem piores caso não ocorresse o isolamento social. Esta é a visão da Sesa, explicitada pelo subsecretário estadual em Vigilância da Saúde, Luiz Carlos Reblin, em entrevista ao Bom Dia ES, da TV Gazeta, na manhã desta quarta-feira (6).>
"Tínhamos uma condição de isolamento que nos permitiu chegar na condição atual e ter 3.500 casos. Se não tivéssemos feito o isolamento social, teríamos o dobro de casos no Espírito Santo e o dobro de internações. Nas UTI's, chegamos ontem (terça-feira) a 60% de ocupação. Em um eventual panorama do dobro disso, não teríamos condições de atender a população, portanto o isolamento social é a única ferramenta possível do sistema continuar atendendo a quem precisa ser internado", salientou Reblin.>
O representante da Sesa demonstra preocupação com a queda no cumprimento do isolamento por parte dos capixabas. No início da pandemia, a Grande Vitória se aproximou dos 70% de isolamento, mas os números caíram significativamente. Mais pessoas nas ruas pode significar novos casos em uma escala ainda maior, o que demandaria ainda mais ação por parte dos agentes da saúde no combate ao coronavírus.>
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"Compreendemos a necessidade que temos de trabalhar, consumir, ter nossos bens, porém há um sinal fundamental que é está sendo trocado do governo federal. Enquanto os estados todos atuam na linha do isolamento, no cenário federal há uma mensagem nacional de que não há necessidade de se isolar, e isso confunde as pessoas. A única saída é mantê-lo para evitar que mais pessoas adoeçam", complementou subsecretário.>
Reblin explicou ainda a importância do isolamento social para achatar e atenuar a curva dos casos da Covid-19. Quanto maior o percentual de pessoas seguindo as recomendações, mais fôlego o sistema de saúde ganha. >
"Monitoramos as curvas aqui no Estado e também no país. As análises das tendências são nítidas. Quando o isolamento social é aplicado, essa curva diminuiu e, consequentemente, os adoecimentos de pessoas que vão parar nos hospitais também cai", destaca.>
Por fim, o secretário de Estado de Vigilância em Saúde lembrou que caso o percentual de isolamento caia ainda mais, pode ocorrer uma explosão de novos casos, o que colocaria a capacidade de internações em cheque.>
"Uma eventual explosão de novos casos pode significar uma ocupação total de leitos de UTI's. Não quer dizer que não teríamos capacidade para atendermos, mas tornaria a situação muito mais grave. Nesse sentido, seria necessário caminhar para um fechamento total não só do comércio, pois as pessoas precisariam ficar em casa. Por isso que é fundamental cumprir com o isolamento", finalizou Reblin. >
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