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Prédio que ameaça desabar não tem licença da Prefeitura de Vila Velha

Prédio que ameaça desabar não tem licença da Prefeitura de Vila Velha

Além dos moradores do prédio, outras pessoas que moram no entorno e um comerciante tiveram que deixar o local por medidas de segurança

Publicado em 26 de janeiro de 2021 às 13:29- Atualizado há 3 anos

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Em Nova Itaparica, Vila Velha
Fiscalização é feita pelo Crea e são identificadas irregularidades. (Ricardo Medeiros)
Prédio que ameaça desabar não tem licença da Prefeitura de Vila Velha

O prédio de cinco andares que ameaça cair no bairro Nova Itaparica, em Vila Velha, não tinha autorização da prefeitura para ser construído, segundo informações da administração municipal. Mais de 200 pessoas continuam fora de casa até esta terça-feira (26) desde que as colunas de sustentação do edifício começaram a estalar e rachar na madrugada de sábado (23) para domingo (24). Além dos moradores do prédio, outras pessoas que moram no entorno e um comerciante tiveram que deixar o local por medidas de segurança.

De acordo o repórter Diony Silva no ES1, da TV Gazeta, para construir qualquer obra desse porte a empresa deve contratar o engenheiro – que é o responsável técnico – e deve apresentar os projetos à prefeitura, que dá o aval para começar ou não a  construção. Caso uma obra irregular tenha início, a administração municipal deve fiscalizar, com poder de embargá-la, e deve solicitar documentos para posteriormente fazer a liberação.

A secretária de Desenvolvimento Urbano de Vila Velha, Milena Ferrari, afirmou que não foi encontrada licença da prefeitura para o edifício. "Os outros prédios do entorno ainda não foram verificados, mas no Santos II não encontramos licença nem projeto de aprovação. Houve uma falha na fiscalização e também na questão do próprio empreendedor, que construiu um prédio irregularmente sem atender à legislação e colocou pessoas em risco, deixando um prédio mal feito. A responsabilidade com esses imóveis e vidas é dele", iniciou.

Segundo o coordenador adjunto da Defesa Civil de Vila Velha, Afonso Belenda, 220 pessoas deixaram suas residências. "Engenheiros do Crea-ES e da Defesa Civil trarão uma solução. Nossa missão é preservar vidas e é o que estamos fazendo até agora”, afirmou.

PRÉDIO EM CONSTRUÇÃO

De acordo com a reportagem da TV Gazeta, a construtora Santos está erguendo outro prédio próximo ao que ameaça desabar. A Prefeitura de Vila Velha informou que ainda não conseguiu verificar se a construtora tem ou não autorização para erguer este novo prédio, mas que analisará todos os documentos. Se não estiver autorizada, pode ser que a obra seja embargada ou até demolida. Mas há um problema: a obra ainda nem acabou e já tem pessoas morando no segundo e terceiro andar.

A secretária Milena Ferrari garantiu, em entrevista à TV Gazeta, que as fiscalizações serão intensificadas na nova administração municipal. “Dividimos a cidade em regiões, traçamos rotas para os fiscais, que vão prestar contas de onde estiveram, vai ter um controle muito maior. É um pedido do nosso prefeito e vamos organizar essa parte”, concluiu.

Demandada pela reportagem da TV Gazeta e de A Gazeta, a construtora Santos não se posicionou sobre o assunto até a publicação desta matéria. Assim que houver retorno, este texto será atualizado.

Em conversa com moradores da região, que no momento se encontram em hotéis, a reportagem da TV Gazeta apurou que há apenas mais duas estadias pagas pela empresa e que essas pessoas aguardam um posicionamento.

ENTENDA O CASO

Um prédio localizado na Avenida do Canal, no bairro Nova Itaparica, em Vila Velha, apresentou risco de desmoronamento na madrugada de domingo (24). De acordo com testemunhas, que preferem não se identificar, duas vigas de sustentação do imóvel estão trincadas. Moradores e vizinhos precisaram evacuar as residências.

Edifício que corre risco de desmoronamento em Vila Velha(Fernando Madeira)

Segundo informações da Prefeitura de Vila Velha (PMVV), o edifício Santos II apresenta riscos e sofreu interdição. Além dele, o prédio de trás, as casas e prédios laterais e de frente também foram interditados. A Guarda Municipal realizou isolamento total da rua, não permitindo que as pessoas entrem no prédio até autorização do engenheiro da Defesa Civil, até para também resguardar de furtos aos bens nas residências interditadas.

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