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Por que Marília Mendonça morreu mesmo com avião parecendo pouco danificado?

Por que Marília Mendonça morreu mesmo com avião parecendo pouco danificado?

A desaceleração é uma das principais responsáveis pelas mortes em um caso de uma diminuição brusca da velocidade de um corpo em movimento. Entenda

Publicado em 8 de novembro de 2021 às 18:30

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Vinícius Brandão
Estagiário / [email protected]

Após o acidente aéreo ocorrido na última sexta-feira (5), que vitimou a cantora Marília Mendonça e outros quatro ocupantes da aeronave, muitas pessoas começaram a se perguntar o motivo de todas as pessoas a bordo terem morrido, já que o avião parecia pouco danificado.

De acordo com o gerente de Segurança Operacional do Aeroclube de Vitória e Especialista em Segurança Operacional pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), Marcus Nascif, a explicação pode estar na física e na trajetória da queda da aeronave.

O que pode ter ocorrido com o avião que levava Marília Mendonça é uma perda de sustentação, e ele ter caído na vertical, e não para a frente, como costuma ocorrer. Isso é apenas uma especulação, mas serve para entender um pouco mais sobre a força que o corpo humano recebe neste tipo de queda.

“Por enquanto não há nada conclusivo. Nem mesmo o impacto com os fios pode ter sido decorrente de uma pane antes disso. Não sabemos ainda o motivo do avião estar tão baixo no procedimento para pouso.”

Sobre a região do acidente, o especialista conta que a área do pouso fica em um vale cercado de montanhas e que é preciso seguir o procedimento à risca mesmo voando em tempo bom.

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A região de Caratinga é muito montanhosa e o procedimento é voar a pelo menos 3 mil pés, mesmo fazendo o voo no visual, em tempo bom, é recomendado essa altura. Porque a área de pouso fica em um vale cercado de montanhas

Marcus Nascif
Gerente de Segurança Operacional do Aeroclube de Vitória e Especialista em Segurança Operacional pelo Cenipa
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COLISÃO E CONSEQUÊNCIAS

De acordo com Marcus Nascif, a desaceleração é uma das principais responsáveis pelas mortes em um caso de uma diminuição brusca da velocidade de um corpo em movimento.

O corpo da pessoa fica parado, fixo no objeto em movimento (nesse caso, o avião), mas os órgãos internos mantêm a velocidade. Pelo fato de os órgãos não estarem totalmente presos, eles acabam se chocando com muita força contra ossos, músculos e pele.

“A desaceleração é tão brusca que os órgãos sofrem danos ao impactar com os ossos, músculos, basicamente foi isso. Principalmente se alguém ali não estava com cinto de segurança.“

Além desses danos, Marcus conta que é comum que ocorram múltiplas fraturas, como a da caixa craniana. Sendo que quanto maior a velocidade, maiores são os danos. E completa: “Os bombeiros vão testemunhar a posição que encontraram os corpos. E isso vai trazer indícios valiosos sobre a força e ângulo do impacto, o que vai ajudar nas investigações”.

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