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Por que a Leitão da Silva já está cheia de buracos e a obra foi retomada?

Por que a Leitão da Silva já está cheia de buracos e a obra foi retomada?

Obra inaugurada há três anos passa por operação de tapa-buracos. Mas chuvas atrapalharam intervenção, segundo o DER

Publicado em 23 de novembro de 2022 às 19:50

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Buracos são abertos na Avenida Leitão da Silva, em Vitória
Buracos são abertos na Avenida Leitão da Silva, em Vitória. (Ricardo Medeiros)

Após três anos da inauguração, a Avenida Leitão da Silva, em Vitória, passa por novas intervenções por conta de buracos que apareceram na pista com as chuvas recentes que atingiram o Estado. O Departamento de Edificações e Rodovias do Espírito Santo (DER-ES), responsável pela obra, afirma que os recortes retangulares na pista fazem parte do processo de reparo.

O diretor-presidente do órgão, Luiz Cesar Maretto, explica que o que foi danificado é a capa asfáltica, que tem cerca de 3 centímetros de espessura. A camada logo abaixo, chamada de binder, segundo ele, está intacta.

“O pavimento está rígido em baixo, sem problema nenhum. Como o binder estava lá há muitos anos sendo usado sem que houvesse a capa, em alguns locais ele ficou um pouco emborrachado. Por conta do uso prolongado e por conta desse emborrachamento do binder, houve o descolamento (da camada de asfalto). Não é um buraco que chega na base”, esclarece.

Por que a Leitão da Silva já está cheia de buracos e a obra foi retomada?

Ele afirma que o binder ficou em uso por muito tempo por conta do período em que a obra ficou parada. Foi aplicada uma manta entre o binder e o asfalto, que é visível em alguns buracos, como uma tela. Ainda assim, em alguns pontos, ele afirma, a manta não suportou e rasgou.

“O desplacamento acontece de forma irregular, oval, arredondado. Na hora de recuperar, é prudente que corte de forma retangular ou quadrada. E foi o que a empresa fez, cortou para fazer o enchimento com a nova capa, mas veio a chuva. Infelizmente, entre cortar e colocar a massa, choveu”, relata.

A nova capa de asfalto não pode ser colocada com a pista molhada ou quando está chovendo, porque o material é assentado em alta temperatura.

“Não chovendo, amanhã (quinta-feira, 24) será colocado a massa no local onde a empresa fez o corte”, afirma o diretor-presidente. Contudo, a previsão do tempo para a Capital aponta que há a possibilidade de chuvas pelo menos pelos próximos seis dias.

Ele ressalta, contudo, que a via não sofre mais com os alagamentos que tanto causavam prejuízo aos capixabas no passado.

“A Leitão da Silva está alagando? Não está. A drenagem está funcionando perfeitamente. Não posso aceitar que uma obra da magnitude dessa, com a drenagem perfeita, que agora não alaga mais, seja jogada na lata de lixo por conta do desplacamento em alguns locais”.

Sinalização

A Gazeta percorreu a via nesta terça-feira (22) e constatou que a intervenção, sem sinalização, faz com que motoristas sejam surpreendidos e precisem desviar, no susto, dos pontos com buracos.

A Prefeitura de Vitória, em nota, afirmou que, como a obra é estadual, quem precisa sinalizá-la é o DER. O órgão, por sua vez, apontou que os cortes são “rasos”, de cerca de 3 cm de profundidade e, como não há máquinas e trabalhadores no local por enquanto, não há necessidade de sinalização.

Buracos são abertos na Avenida Leitão da Silva, em Vitória(Ricardo Medeiros)

“Não tem nenhum equipamento na via, então não há de se colocar sinalização até porque cria problema no trânsito. Os cortes são baixos, de 3 cm apenas. Não cria tanto problema assim”, disse Maretto.

Obra reiniciada

Desde julho deste ano a obra consta como “reiniciada” no Geo-Obras, sistema de acompanhamento das obras públicas do Tribunal de Contas do Espírito Santo.

Segundo Maretto, o reinício aconteceu depois que foi feita a “medição” do contrato, quando é avaliado o que foi feito pela empresa e o que foi pago para ela pelo serviço, ou seja, um balanço final da obra. Depois da Avenida Leitão da Silva, também estava no escopo do contrato fazer a Rua Marins Alvarino, em Itararé.

“A gente fez essa rua paralela (R. Marins Alvarino) que estava dentro do contrato e, depois que fizemos medição final, identificamos algumas coisas que estavam inadequadas como alguns buracos que estavam aparecendo no pavimento”, disse.

Segundo Maretto, houve uma “queda de braço” entre o DER e a empresa até que ficou acordado que a empresa contratada faria o reparo. É importante lembrar que a obra tem garantia de cinco anos.

“Aí criamos a possibilidade com a recuperação daquilo que a empresa aceitou fazer de fazer medição final. Reabrimos (o contrato) para fazer a medição final. É uma questão burocrática”, afirma.

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