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Picadas de abelhas: médico recomenda retirar ferrão com cartão ou espátula

Picadas de abelhas: médico recomenda retirar ferrão com cartão ou espátula

Segundo especialista, após uma picada, o ferrão deve ser removido o mais rápido possível, pois ele continua espremido e, com isso, injetando veneno no corpo do indivíduo

Publicado em 15 de fevereiro de 2024 às 16:13

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Mariana Lopes
Repórter / [email protected]

O recente caso da pequena Alice Soares Albino, uma menina de apenas 9 anos que levou mais de 500 picadas por abelhas após um acidente que deixou duas pessoas mortas na ES 130, na zona rural de Montanha, no último domingo (11), ligou um alerta sobre como agir quando se é picado pelo inseto. O veneno das abelhas é tóxico e causa inchaço e vermelhidão. Por isso, o socorro imediato é importante.

Em entrevista à reportagem da TV Gazeta, Eduardo Pandini, médico infectologista do Hospital Maternidade São José, onde Alice está internada, em Colatina, explicou que a quantidade de abelhas que picam uma pessoa e o fato dela ser alérgica ou não são fatores que impactam nos sintomas do paciente. 

Dessa forma, de acordo com o especialista, uma pessoa que foi picada por poucas abelhas, por exemplo, pode sentir dores locais ou apresentar um inchaço que pode durar poucos dias e que pode ser aliviado com analgesia (medicamentos para aliviar ou minimizar a dor).

Alice deve se recuperar totalmente nas próximas semanas, segundo boletim divulgado pelo hospital onde a menina está internada em Colatina
Alice deve se recuperar totalmente nas próximas semanas, segundo boletim divulgado pelo hospital onde a menina está internada em Colatina. (Acervo pessoal)

Já o paciente picado por centenas ou milhares de abelhas, como ocorreu com Alice, o veneno, por ser em alta quantidade, faz efeito em todo o corpo. 

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Ele pode causar lesão muscular, pode causar lesão renal, pode causar também destruição de algumas células do sangue. Nesse caso, quando a pessoa é picada por muitas abelhas, ela tem que ser levada imediatamente para o hospital, onde vai receber suporte e medicações

Eduardo Pandini
Infectologista
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Por fim, há também a situação da pessoa que é alérgica, a qual existe o risco de morte. Nesse caso, quando picado por uma ou mais abelhas, o indivíduo começa a apresentar coceira na pele, formigamento nos lábios e rosto inchado. Em última situação, a garganta do paciente começa a fechar.

"Nesse caso, a pessoa também deve ser levada imediatamente para o hospital e receber antialérgicos, porque é uma situação de risco de óbito", explicou o infectologista. 

Como retirar o ferrão

Algumas pessoas devem não saber, mas, após uma picada de abelha, o ferrão deve ser removido o mais rápido possível. Isso porque, mesmo com a abelha morta, o ferrão continua espremido e, com isso, injetando veneno no corpo do indivíduo. 

Existem mais de 20 mil espécies de abelhas no mundo. Elas atacam quando acham que suas colmeias estão ameaçadas.
Existem mais de 20 mil espécies de abelhas no mundo. A africana é uma das mais populares e agressivas. (Pexels)

O especialista recomenda que o ferrão seja retirado com instrumentos de ponta-romba, como uma faca de manteiga, um cartão de crédito ou uma espátula.

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Não recomendamos retirar com uma pinça, porque isso pode espremer o ferrão e jogar mais veneno para dentro

Eduardo Pandini
Infectologista
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Para pessoas picadas por poucas abelhas, o médico aconselha aplicar uma compressa com gelo e analgesia na picada. No entanto, se o indivíduo for atacado por várias abelhas ou se for alérgico, é aconselhável ir ao hospital imediatamente. 

O acidente

José Pereira Novais, de 77 anos, Paulo Soares Ribeiro, de 96 anos, morreram em um acidente na Rodovia ES 130, na zona rural de Montanha, no Norte do Espírito Santo, na tarde de domingo (11). Alice Soares Albino, de 9 anos, bisneta de Paulo, estava no interior do veículo e ficou ferida.

Segundo o boletim de ocorrência da Polícia Militar, José, que dirigia o veículo, perdeu o controle do carro e caiu em uma ribanceira de aproximadamente 15 metros de altura. O corpo dele foi encontrado fora do veículo e o óbito foi constatado por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu/192).

No dia seguinte ao acidente, a Polícia Civil confirmou a morte de Paulo. Ele havia sido encaminhado ao Hospital Roberto Silvares, em São Mateus, mas não resistiu aos ferimentos.

Paulo Soares Ribeiro (à esquerda) e José Pereira Novais (à direita) foram as vítimas do acidente em Montanha
Paulo Soares Ribeiro (à esquerda) e José Pereira Novais (à direita) foram as vítimas do acidente em Montanha. (Acervo pessoal)

Segundo a Polícia Militar, além dos ferimentos causados pelo acidente, Alice e o bisavô também foram atacados por um enxame. No local, os policiais avistaram a criança sentada no asfalto, debatendo-se em completo desespero, sendo atacada pelos insetos. Testemunhas pegaram a menina no colo e a levaram para as margens da rodovia, onde foi prestado socorro a ela. De acordo com a corporação, havia centenas de abelhas pelo corpo da criança, principalmente na cabeça.

A menina, então, foi levada para a viatura, onde já se encontrava com os olhos totalmente inchados e desfalecendo. Ela foi encaminhada ao Hospital de Montanha, onde recebeu os primeiros socorros. Devido aos graves ferimentos causados pelo acidente de carro e pelo ataque das abelhas, a criança foi transferida em caráter emergencial para o Hospital Maternidade São José, em Colatina. 

Segundo o último boletim médico divulgado pelo hospital, emitido na noite de quarta-feira (14), Alice apresentou melhora nas lesões da pele e deve se recuperar totalmente nas próximas semanas. A menina está na enfermaria da pediatria da unidade. O tratamento ocorre com medicamentos analgésicos e anti-histamínicos, para aliviar os sintomas, além de cuidados em locais específicos para tratar os ferimentos.

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