Publicado em 24 de abril de 2020 às 08:38
A Covid-19, causada pelo novo coronavírus, é a doença que mais tem assustado a população, fazendo com que fique em segundo plano a atenção dada a outras enfermidades. O câncer é uma delas, já que a doença permanece agindo, e a orientação dos médicos especialistas é que os pacientes permaneçam com o tratamento, independentemente da pandemia. >
Referência na doença, a médica rádio-oncologista Anne Karina Kiister explica os motivos de não se interromper o tratamento nesse momento.>
"O tratamento oncológico tem que ser continuado porque o câncer continua se desenvolvendo e independe dessa pandemia. Claro, o medo existe e há também a recomendação para ficar em casa, porém no caso de pacientes em tratamento, se tratando especificamente da oncologia, o procedimento deve permanecer. Os pacientes devem tirar a dúvida com seu médico assistente, continuar procurando o serviço oncológico e prosseguir com o tratamento", disse.>
O medo provocado pelo coronavírus tem levado pacientes a questionarem a necessidade de seguirem com o acompanhamento oncológico. Tomando os cuidados necessários, a orientação da especialista é que ainda assim as pessoas que estão submetidas a tratamentos contra o câncer sigam se tratando, caso contrário as consequências podem piorar, já que essa doença leva à morte.>
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"Tem paciente que questiona se deve permanecer no tratamento, outros pedem para interromper ou pausar para ver se melhora um pouco essa pandemia (do coronavírus) e assim retornar com o tratamento. A resposta médica é sempre permanecer com o tratamento, mas tomando todos os cuidados ao sair de casa, nas clínicas de oncologia, ao retornar para a residência e também com os familiares. Quem não seguir se tratando, o câncer pode continuar se desenvolvendo, podendo se agravar, e no futuro dificultar o tratamento curativo. Ficará mais difícil conseguir parar uma doença que mata. O câncer mata", explica a rádio-oncologista.>
Em relação aos idosos, a médica orienta cuidados redobrados, principalmente por conta das doenças associadas, que geralmente acompanham os pacientes nessa faixa etária.>
"Existe sim uma preocupação maior com os idosos porque nesse grupo há outras doenças associadas, principalmente doenças crônicas. Ainda assim, eles devem permanecer com o tratamento oncológico, considerando todos os cuidados necessários para o momento", salienta.>
Por precaução, algumas áreas da medicina têm optado pelo atendimento e consultas virtuais, mas no caso do câncer, as visitas presenciais ainda são mantidas visto às especificidades do tratamento cancerígeno.>
"As consultas, a princípio, são presencias, mas com um tempo maior entre os pacientes. Estamos pedindo que as pessoas não cheguem com tanta antecedência e saindo do consultório ou clínica, orientamos que retornem imediatamente para casa. Pedimos que não levem muitos acompanhantes, e caso tenham condições, que cheguem até mesmo desacompanhados. Caso precise, que seja apenas um, e sem sinais de gripe, ou que não tenha tido contato com pessoas com Covid-19", destaca Anne Karina Kiister.>
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