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Governo vai à Justiça para impedir rodoviários de fazerem novos bloqueios

Governo vai à Justiça para impedir rodoviários de fazerem novos bloqueios

Ação pede ainda autorização para uso de forças policiais em caso de novos bloqueios e pagamento de indenização por danos morais coletivos aos organizadores dos atos

Publicado em 30 de maio de 2023 às 15:35

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Manifestação impede circulação de ônibus e bloqueia trânsito na Serra
Manifestação impediu circulação de ônibus e parou trânsito na Serra, nesta segunda (29). (Kaique Dias)

O governo do Espírito Santo, por meio da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), entrou na Justiça para impedir os rodoviários de fazerem novas paralisações da frota de ônibus e bloqueio no trânsito, como ocorreu segunda-feira (29), em Carapina, na Serra. Caso o pedido seja concedido, solicita ainda autorização para usar forças policiais para fazer a medida ser cumprida.

Somente no Sistema Transcol, conforme informações da Companhia Estadual de Transportes Coletivos de Passageiros do Espírito Santo (Ceturb-ES), mais de 80 linhas foram afetadas, totalizando 1.886 viagens atrasadas, comprometendo a rotina de trabalhadores, estudantes e outras pessoas que dependem do transporte coletivo, sem contar motoristas de automóveis e caminhoneiros que circulam pela região. Nas redes sociais, houve várias reclamações sobre os transtornos causados, como a dificuldade para o tráfego de ambulâncias e o cancelamento de cirurgia.

Na ação, a PGE pede que a decisão seja dada de forma limitar (temporária), proibindo que os representantes da chapa 2 do Sindicato do Rodoviários do Espírito Santo (Sindirodoviários-ES) ou seus apoiadores bloqueiem o trânsito, impeçam a saída de ônibus das garagens das empresas, paralisem a prestação de serviço de transporte e que comuniquem previamente à sociedade e ao governo sobre qualquer outro protesto que possa impactar o transporte público na Região Metropolitana.

Governo vai à Justiça para impedir rodoviários de fazerem novos bloqueios

Em caso de descumprimento, o governo estadual requer que seja cobrada multa diária de R$ 100 mil.

Já em sede definitiva, o governo quer que a Justiça declare as manifestações ilegais e que três integrantes da chapa 2 sejam condenados por danos morais coletivos por causa da paralisação dos serviços e, consequente, interrupção do trânsito ocorridos na segunda-feira.

Grupo de oposição pede intervenção em eleições do Sindirodoviários

A manifestação em Carapina, na Serra, foi promovida por um grupo de oposição à atual diretoria do Sindirodoviários. Eles integram a Chapa 2 "Esperança do Rodoviário”, já registrada para concorrer nas próximas eleições do sindicato, marcadas para o dia 22 de junho deste ano.

O motivo da manifestação seria uma suspeita de fraude nessa futura eleição. Eles pedem intervenção do Poder Judiciário. De acordo com a PGE, em levantamento junto às forças de segurança, foram identificadas três lideranças no grupo.

“Verdadeiro caos”

Segundo o governo estadual, a manifestação de segunda-feira causou “verdadeiro caos” no trânsito da Região Metropolitana. Na ação, o Estado reconhece o direito à manifestação e greve dos trabalhadores, mas aponta que, nesse caso, se tratou de paralisação por conta de disputa interna da entidade sindical.

“Em razão de dissidências internas ao Sindirodoviários/ES, pequeno grupo de profissionais, ultrapassando todos os limites toleráveis, entenderam que teriam o direito de bloquear o serviço de transporte público e as vias públicas, com prejuízo para milhares, quiçá milhões, de capixabas”, diz o texto.

O Procurador-Geral do Estado, Jasson Hibner Amaral, chama a atenção ainda para a possibilidade de haver novas manifestações do tipo e, por isso, requer que sejam proibidas de forma “preventiva”.

“Note-se, ademais, que há ameaça de repetição, nos próximos dias, das manifestações realizadas hoje, até que reclamação seja atendida, o que não se pode tolerar.”

A reportagem não localizou os três líderes rodoviários envolvidos para comentar a decisão. Este espaço segue aberto para possíveis posicionamentos.

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