Disputa no Sindicato dos Rodoviários: a população não tem nada a ver com isso

O que o grupo de rodoviários que faz oposição ao atual comando do Sindirodoviários fez nesta segunda-feira (29) extrapolou todos os limites do aceitável

Publicado em 29/05/2023 às 13h25
Rodovia das Paneleiras
Caos no trânsito após protesto de motoristas do Transcol. Crédito: Ricardo Medeiros

É inaceitável que uma categoria profissional, seja ela qual for, transforme suas brigas internas em um protesto que atrapalhe tanto a vida da população. O que o grupo de rodoviários que faz oposição ao atual comando do Sindicato dos Rodoviárias (Sindirodoviários)  fez nesta segunda-feira (29) extrapolou todos os limites do aceitável. Não foi só quem depende de transporte público que ficou refém dessa situação absurda, todo o trânsito da Grande Vitória foi afetado por um problema que deveria ser resolvido internamente.

O protesto na Rodovia Norte Sul, em Carapina, na Serra, começou às 6h e se estendeu pela manhã, levando o caos para o primeiro dia útil da semana. Os manifestantes bloquearam o trânsito no sentido Vitória com os veículos,  nos quais foram colados cartazes fazendo referência à próxima eleição do sindicato, prevista para junho. O que a população tem a ver com isso?

Resultado: o protesto foi encerrado às 10h, mas os engarrafamentos decorrentes dessa ação desastrosa foram sentidos até depois do meio-dia. A região do viaduto de Carapina ficou intransitável, mas a retenção provocada pelos rodoviários causou lentidão ao longo da Rodovia do Contorno. Um caos provocado por uma protesto sem sentido.

As categorias trabalhistas são protegidas pelo direito de greve, a legitimidade de uma paralisação exige o aviso prévio de 72 horas, visto que o transporte público é considerado uma atividade essencial. No caso, o direito de ir e vir da população foi desrespeitado, e não foi nem mesmo a entidade representativa desses trabalhadores a comandar a manifestação. A população acabou penalizada pelas insatisfações de um grupo de trabalhadores com o sindicato, o que é válido, mas deve ser resolvidos nas instâncias internas. Se a categoria esperava algum apoio popular, o resultado foi furado.

A conta desse protesto todos nós sabemos quem paga. E a população paga à vista. Mas e os culpados pelo transtorno repentino? Que sejam devidamente responsabilizados com todo o rigor ou estaremos oficializando a soberania da vontade de um pequeno grupo sobre a de toda a sociedade.

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