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Publicado em 28 de maio de 2022 às 18:56
Um adolescente de 13 anos ficou com vários ferimentos no rosto após ter sido agredido com uma raquete dentro da escola onde estuda, durante o recreio, por um outro estudante. A vítima, o jovem Douglas Santos Atusso, tem diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) e deficiência intelectual leve, com suspeita de esquizofrenia.>
O caso aconteceu nesta semana na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Fioravante Caliman, em Venda Nova do Imigrante, na Região Serrana do Espírito Santo. >
Em entrevista para A Gazeta, a mãe do adolescente, Daiane Neves Santos, de 43 anos, conta que recebeu uma ligação para comparecer à escola na última quarta-feira (25) e, quando chegou lá, se deparou com o filho machucado e sangrando.>
"A coordenação me falou que um aluno levou uma raquete para a escola. Na hora do recreio, esse menino deixou a raquete no chão e meu filho pegou ela para brincar. O outro menino mandou ele largar e foi atrás dele. Quando ele tomou a raquete, bateu com ela no meu filho várias vezes acertando no rosto dele", relata a mãe.>
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Daiane disse não saber a idade do estudante que praticou a agressão, o nome ou mesmo a série. Segundo o relato de Douglas, seria um menino mais velho, de outra turma.>
"A escola não me informou nada. Na hora, pediram que eu ficasse lá esperando a família do outro menino chegar, mas eu não pude ficar porque meu filho estava muito machucado e sangrando", diz a mãe.>
A agressão foi registrada na quarta (25) e ganhou repercussão nas redes sociais a partir de postagens feitas por familiares em redes sociais neste sábado (28) usando a frase: 'JUSTIÇA POR DOUGLAS'. >
Segundo a mãe do jovem, o ferimento ainda continua com bastante inchaço. "Ele sente muita dor, o nariz está dormente. Quando espirra até sai sangue pelo nariz", conta.>
Daiane destaca que esse não foi o primeiro episódio. Segundo ela, o filho já vinha sofrendo com ataques de menor grau na escola e a diretoria teria conhecimento disso.>
Daiane Neves Santos
Mãe de DouglasIndignada, a mãe continua e cobra uma solução: "Meu filho é especial e já estão acontecendo essas coisas na escola já faz algum tempo. Já cheguei a acionar o Conselho Tutelar sobre isso".>
O desejo da família de Douglas é que a escola forneça um cuidador que o acompanhe dentro da sala de aula, diante das suas limitações e dos episódios pelos quais o menino tem passado.>
Daiana conta que já fez a solicitação para a escola, o que tem sido negado pela direção uma vez que o adolescente, apesar da sua condição comprovada em laudos apresentados, consegue andar e falar.>
Ela destacou que, no entanto, o laudo médico recomenda que o filho frequente a escola "com apoio especializado" em função de déficit de atenção, deficiência intelectual leve e autismo.>
Com as negativas, ela pediu ajuda do Conselho Tutelar da cidade, que também teria feito o pedido à escola sem sucesso. "Ele precisa de um cuidador na escola. Estou lutando por um direito dele. ">
Após a última agressão, a mãe registrou Boletim de Ocorrência na Delegacia Regional de Venda Nova. Douglas também passou por exame de corpo de delito no hospital. >
Ela recorreu novamente ao Conselho Tutelar para tentar que a escola forneça um cuidador para o filho dentro da sala de aula. >
A Gazeta entrou em contato com a Secretaria de Estado da Educação (Sedu), que é a responsável pela EEEFM Fioravante Caliman. A reportagem questionou os motivos pelo não fornecimento de um cuidador para Douglas e se alguma providência sobre a agressão de quarta-feira foi tomada.>
A pasta informou, através da Superintendência Regional de Educação de Afonso Cláudio, que de acordo com o Regimento Comum das Escolas, a unidade de ensino acompanha o caso e já dialogou com os envolvidos e familiares. >
"O aluno que promoveu a agressão, cumprindo o Regimento Comum, foi suspenso das aulas", diz em nota. A Sedu informou, ainda, que, o aluno autista é assistido pelo Atendimento Educacional Especializado (AEE).>
"De acordo com a Portaria 004-R, de 14 de janeiro de 2022, a atuação do cuidador consiste no auxílio aos alunos que não conseguem realizar com independência as atividades de alimentação, higienização e locomoção. O aluno em questão apresenta independência na realização dessas atividades", justificou a pasta.>
As polícias Civil e Militar também foi procurada para comentar o episódio. A assessoria, no entanto, informou não tem como prestar investigações em andamento nos finais de semana. "Aos finais de semana, feriados e pontos facultativos a assessoria só tem acesso às ocorrências e autuações do plantão vigente das Delegacias", disse a PC.>
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