Publicado em 25 de abril de 2020 às 20:59
Um estudo feito por oito pesquisadores da Escola de Engenharia e da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) mostra que deve faltar leitos no Brasil para pacientes com Covid-19. A estimativa é que no Espírito Santo isso possa acontecer no mês de maio. Em contrapartida, o governo estima dobrar o número de leitos para coronavírus até o final deste mês e continuar aumentando as vagas em junho e julho. >
O estudo vem sendo aplicado a cenários otimistas, moderados e pessimistas, que variam no percentual da população com casos confirmados de Covid-19. Quanto mais pessimista o cenário previsto, mais cedo ocorreria o esgotamento dos leitos do Sistema de Saúde. >
Além disso, a pesquisa usa como base o número de leitos divulgados no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), do Ministério da Saúde, até o mês de fevereiro. Nesse cadastro, o Estado estaria com 5.338 leitos, sendo 3.568 leitos do SUS e 1.770 leitos particulares. Destes, 716 são leitos de UTI, sendo que estariam 177 destinados a Covid-19. >
No cenário mais otimista no Espírito Santo foi estimada a infecção de 0,1% (4.018) da população. Nele, não faltariam leitos, o número máximo de casos da Covid-19 iria ocorrer no dia 27 de abril e poderia chegar a 131 casos nesse dia. >
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No cenário moderado, em que 1% (40.186) da população fosse infectada pelo novo coronavírus, os leitos de UTI começariam a faltar no dia 7 de maio e isso se estenderia por 55 dias. Haveria um deficit máximo de 653 leitos de UTI, mas não faltariam leitos gerais. Nesse cenário, o Estado atingiria no dia 19 de maio o número máximo de casos, podendo chegar no dia a 1.308 pessoas. >
Neste sábado (25), em entrevista coletiva por videoconferência, o governador Renato Casagrande informou que, até o final deste mês de abril, o Espírito Santo deve contar com 813 leitos exclusivos para o atendimento de pacientes confirmados com o novo coronavírus número que é mais que o dobro dos leitos existentes até este sábado.>
No cenário mais pessimista em que 12% (482.238) da população seria infectada pelo novo coronavírus, os leitos de UTI começariam a faltar no dia 6 de maio e isso se estenderia por 97 dias. Já os leitos gerais começariam a faltar no dia 14 de maio e o Estado ficaria por 67 dias com esse deficit. Nesse cenário, o Estado atingiria no dia 7 de junho o número máximo de casos, podendo chegar no dia a 15.704 pessoas. >
A simulação de cenário é feita com base em diversas premissas. Entre elas, no número de casos confirmados, quantidade de idosos, quantidade de dias que se leva para dobrar o número de casas dependendo do cenário, a porcentagem do crescimento médio diário, a porcentagem de infectados testados e confirmados, porcentagem de pacientes em leitos de UTI que irão a óbito. >
O modelo permite aos gestores estaduais e do Distrito Federal a projeção diária atualizada da estimativa de ruptura do sistema ? em termos de ocupação de leitos ?, bem como a necessidade de construção de novas unidades. Isso porque ele dá a possibilidade de atualização da planilha, as projeções foram feitas com informações divulgadas até o dia 22 de abril. >
Procurada, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) esclarece que, desde o início dos casos de Covid-19 no Brasil, começou a preparar a rede de saúde do Espírito Santo para enfrentamento da doença, seguindo orientações do Ministério da Saúde. A expansão de leitos é uma das principais medidas, para isso, perfis de hospitais estaduais foram redefinidos e adequações físicas têm permitido a abertura de novos leitos de UTI e enfermaria na rede de hospitais de referência. >
Até o início de maio, 440 leitos de UTI e mais 380 de enfermaria, exclusivamente para pacientes acometidos pela Covid-19 serão abertos. Até junho, a rede poderá contar com mil leitos, contando com hospitais filantrópicos e compra em hospitais privados; podendo chegar a 1.500 até julho. A instalação de hospital de campanha também faz parte do projeto de expansão de leitos, como alternativa para desafogar as UTIs das unidades hospitalares. >
Atualmente, há disponível para atendimento imediato para pacientes acometidos pela Covid-19: 161 leitos de UTI e 173 leitos de enfermaria. A plataforma do governo do Estado sobre dados de coronavírus mostra que das vagas disponíveis, 112 (69,81%) leitos de UTI e 81 (45,50%) leitos de enfermaria estavam ocupados até o dia 23 de abril. >
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