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Publicado em 1 de fevereiro de 2021 às 18:31
- Atualizado há 5 anos
A tendência de queda observada no Espírito Santo no número de casos e óbitos provocados pela Covid-19 deve se manter até o final de fevereiro, mas as projeções da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) apontam um novo aumento nos indicadores para março e abril que, associado ao período de maior número de ocorrências de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), vai pressionar mais os serviços de saúde. >
Para enfrentar esse cenário, uma das medidas será a expansão de leitos de UTI, com a oferta de mais 105 vagas ao longo deste mês. >
Em coletiva na tarde desta segunda-feira (1), o secretário Nésio Fernandes fez um balanço e disse que, se mantida a tendência de redução, o Estado pode consolidar em fevereiro um momento de recuperação. Dos dados positivos que levaram a essa avaliação, um é o número de internações que, nos últimos quatro dias, tem se apresentado abaixo de 500 pacientes por dia nas UTIs. >
"No entanto, prevemos dois cenários possíveis nos próximos dois meses. O 'cenário A' seria influenciado por um comportamento esperado, pela sazonalidade das doenças respiratórias no Espírito Santo. Entre as semanas epidemiológicas 8 e 10 (última de fevereiro e primeira quinzena de março), é esperado o início da aceleração de casos de SRAG", pontuou. >
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Como não há nenhum indicativo de mudança climática significativa que possa levar à redução de casos de síndrome respiratória ou a não ocorrência da sazonalidade, e também não há previsão de ampla vacinação contra a Covid-19 e a da gripe só deve começar no final de abril, o sistema de saúde fica mais pressionado. >
"É esperado que o Espírito Santo viva a sazonalidade, desenhando nos meses de março e abril o aumento de casos respiratórios, inclusive os de Covid-19. Risco maior ainda, em especial no G4 (Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica), que não viveram comportamento grave na tríade (casos, internações e óbitos) na segunda expansão. Nesse cenário A, caso ocorra a sazonalidade das doenças respiratórias, que é um padrão de comportamento epidemiológico que se repete todos os anos, o pior cenário seria a curva desenhada tanto no G4 quanto no interior, o que poderia provocar pressão assistencial robusta sobre a rede de serviços de saúde", descreveu o secretário. >
Embora menos provável, Nésio Fernandes também considera a possibilidade de um "cenário B", caso haja vacinação em massa da população entre os meses de fevereiro e março, garantindo imunidade para grande parte da população, de modo a influenciar na curva de casos de doenças respiratórias. Para tanto, reforçou o secretário, é necessária uma mudança na condução política nacional de enfrentamento à pandemia. >
Nesse contexto, Nésio Fernandes reafirmou a necessidade de a população manter a conduta social adequada, com uso de máscaras, não aglomeração e higienização frequente das mãos. >
Com a possibilidade de mais uma expansão de casos e, consequentemente, de internações hospitalares, a Sesa planeja a ampliação de leitos de UTI para pacientes do SUS. Ainda em fevereiro, estão previstas 45 novas vagas de terapia intensiva em hospitais próprios, e outras 60 distribuídas em unidades filantrópicas e particulares, alcançando mais de 770 leitos para infectados pelo coronavírus. >
Também está em andando a seleção de um novo grupo, com 387 enfermeiros, médicos e dentistas para atuar nas Equipes de Saúde da Família (ESFs) de municípios, a partir de um programa conduzido pela Sesa, no qual 621 profissionais já passaram por quatro ciclos de formação. Os selecionados agora vão compor as equipes a partir da última semana de fevereiro. >
"Haverá uma robusta expansão da atenção básica, melhorando tanto o diagnóstico quanto o monitoramento de casos. Serão mais de mil profissionais atuando no enfrentamento à pandemia", destacou Nèsio Fernandes. >
Para o subsecretário estadual de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, o modelo de contratação adotado para as ESFs evita a alta rotatividade de profissionais, ampliando a capacidade dos municípios de garantir a assistência básica.>
Outra iniciativa que deverá favorecer os municípios no controle da pandemia em seus territórios é uma nova apresentação dos dados de letalidade por bairros. O indicador, que está disponível a partir desta segunda no Painel Covid - plataforma do governo do Estado com informações sobre a doença no Espírito Santo - demonstra, por exemplo, se a cidade está realizando o monitoramento e a testagem da sua população de maneira adequada. >
Há bairros em que a letalidade chega a 100%, ou seja, o teste para diagnóstico só foi feito em quem morreu, ao passo que, se houver mais testes, é possível controlar melhor a doença e evitar a disseminação. >
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