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Entidades médicas defendem volta às aulas presenciais no ES

Entidades médicas defendem volta às aulas presenciais no ES

O Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES) e a Associação Médica do Espírito Santo (AMES) defendem que a educação seja classificada como atividade essencial

Publicado em 7 de maio de 2021 às 11:14

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Aulas da educação infantil em Linhares
Aulas da educação infantil em Linhares. (Felipe Tozatto | Prefeitura Municipal de Linhares)
Autor - Isaac Ribeiro
Isaac Ribeiro
Repórter de Cotidiano / [email protected]

Entidades médicas do Espírito Santo defendem a volta às aulas presenciais no Estado nesta fase de convivência e enfrentamento ao novo coronavírus. Conforme classificação do 53º Mapa de Risco vigente até domingo (9) as atividades escolares presenciais não podem ser realizadas em 56 municípios capixabas. 

De acordo com a nota assinada pelo Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES) e a Associação Médica do Espírito Santo (AMES) a educação deveria ser considerada atividade essencial. Os médicos sugerem que as decisões em relação à reabertura das escolas sejam embasadas em critérios técnicos e científicos e "que sejam levadas em consideração as consequências de seu fechamento por tempo tão prolongado".

Também recomendam o retorno presencial das atividades escolares, segundo a publicação, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a Sociedade Espiritossantense de Pediatria (Soespe) e da Sociedade de Infectologia do Espírito Santo (Sies).

O CRM e a AMES informam que, apesar do número de casos registrados e das mortes provocadas pelo novo coronavírus, no Brasil e demais países, as crianças são significativamente menos suscetíveis à Covid-19.

"As crianças e adolescentes, de forma geral, apresentam quadros mais brandos, com gravidade notadamente menores do que na população adulta. Estudos evidenciaram que crianças menores de 10 anos são menos susceptíveis à infecção pelo SARS-CoV-2 do que adolescentes e adultos e há estudos mostrando que é pouco provável que crianças sejam as fontes primárias de infecção nos domicílios, contrariamente ao que se observa em outras infecções de transmissão respiratória", destaca a nota.

Segundo as entidades, mesmo diante dos dados, os governos optaram pelo fechamento das instituições de ensino. Os médicos avaliaram que a ausência das aulas prejudica o desenvolvimento socioemocional e repercute de forma negativa no desenvolvimento de habilidades sociais  que ocorrem quando crianças estão com outras crianças da mesma faixa etária, sob mediação de um adulto, no caso, o professor.

"Com os protocolos bem estabelecidos para adoção de medidas de prevenção, a escola torna-se um local seguro para os professores e funcionários, que compreendem e são completamente capazes de cumprir as medidas necessárias para a mitigação do contágio, e para as crianças. Diante do exposto, o CRM-ES e AMES se manifestam favoravelmente à reabertura das escolas e retorno das aulas presenciais e solicita que a decisão de suspensão das aulas seja reconsiderada pelas autoridades competentes".

LEVANTAMENTOS FEITOS PELAS ENTIDADES

  • 01

    SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE

    As entidades alertam que crianças em situação de maior vulnerabilidade social têm menos acesso à educação a distância de qualidade e sofrem mais com o fechamento de escolas. "Com a suspensão de aulas presenciais, crianças da rede pública estão sem merenda escolar, que muitas vezes, representa a principal refeição do dia", destacam, por nota.

  • 02

    VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

    Outra preocupação apontada pelo documento está relacionada ao aumento dos episódios de violência doméstica contra as crianças (física, psicológica e sexual), "observado desde o início da pandemia devido ao isolamento social, a mudança das rotinas familiares e insegurança econômica. As escolas e os professores são sentinelas na identificação, mediação e notificação dos casos suspeitos, tendo papel fundamental na proteção das crianças e adolescentes".

  • 03

    ADOECIMENTO PSÍQUICO

    Crianças e adolescentes com deficiência estão mais propensas a aumento de irritabilidade e ansiedade e suas famílias estão mais suscetíveis ao adoecimento psíquico devido o ambiente tóxico no qual estão inseridos.

  • 04

    USO EXCESSIVO DE DISPOSITIVOS

    A utilização excessiva de dispositivos de tela (celulares, tablets, computadores etc.) estão afetando o desenvolvimento neuropsíquico, a visão, a audição, o sono, a alimentação, aumenta a incidência de obesidade (devido ao sedentarismo) e dificuldade de socialização.

O QUE DIZ A SEDU

Questionada nesta semana após Vitória anunciar a volta às aulas para segunda-feira (10), a Secretaria de Estado da Educação (Sedu) informou que continua seguindo o "Mapa de Risco do Governo do Estado, que é atualizado semanalmente".

"Atualmente, nos municípios de Risco Moderado (e quando houver municípios de Risco Baixo) as aulas na Rede Estadual podem ser realizadas no formato híbrido (presencial e remoto). As redes privada e municipais podem adotar o mesmo modelo, podendo, também, ser presencial. Vinte e dois (22) municípios, classificados, atualmente, como Risco Moderado já realizam aulas no formato híbrido, de acordo com o Mapa de Risco vigente de 03 a 07 de maio", limitou-se a informar o documento.

Um novo Mapa de Risco deve ser anunciado pelo governador Renato Casagrande nesta sexta-feira (7). No mesmo pronunciamento, há a expectativa de que o governo apresente diretrizes de volta às aulas nas redes de ensino pública e privada do Espírito Santo.

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