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Com avanço da vacinação no ES, quanto falta para abandonar a máscara?

Com avanço da vacinação no ES, quanto falta para abandonar a máscara?

A vacinação sinaliza um futuro sem elas, mas variantes da Covid-19 e cobertura vacinal lenta podem adiar esse momento. Desde o início da pandemia, as máscaras são fundamentais para minimizar a propagação do coronavírus.

Glacieri Carraretto

Repórter de Cotidiano / [email protected]

Publicado em 6 de julho de 2021 às 02:00

Uso de máscara em locais públicos deve continuar por um bom tempo
Uso de máscara em locais públicos deve continuar por um bom tempo Crédito: Freepik

A máscara tem sido um acessório essencial desde o início da pandemia do coronavírus. É consenso entre médicos e demais especialistas de saúde que o item de proteção individual reduz as chances de propagação do vírus, tendo se tornado, inclusive,  obrigatório o uso entre os capixabas através em um decreto estadual.

Mas, diante da vacinação contra a Covid-19 na população, já é possível dizer quando poderemos voltar a andar sem ela?

Em entrevista à rádio CBN Vitória na última quinta-feira (01), o secretário Estadual de Saúde, Nésio Fernandes, mostrou-se  otimista ao afirmar que o Natal do capixaba poderá ser sem máscaras, pelo menos em alguns ambientes. "Queremos chegar em dezembro com total controle da pandemia para viver um Natal sem máscara e com abraços, o que não vivemos o ano passado. O uso de máscaras deve permanecer em alguns locais, como para viajar de avião", disse.

Já para o médico infectologista e professor Crispim Cerruti, a data é o que menos importa para que deixemos de usar as máscaras.

"Precisamos é de cobertura vacinal de até 75% da população. Até lá, a máscara precisa continuar sendo usada. Somente com esse percentual teremos o efeito de imunidade coletiva. Vale lembrar que a vacina não isenta a pessoa de contrair a doença, mas sim de reduzir casos graves e óbitos", observou Cerruti. 

 O infectologista Luiz Henrique Borges também avalia que os resultados da vacinação deverão ser medidos antes de qualquer decisão. "O uso de agora não é mais como no começo, quando não se tinha a vacina. Agora, precisamos monitorar os impactos dos vacinados nos números de internados e mortes, até que tenhamos uma equação viável dos riscos de se ficar sem máscara. Tudo vai depender da dinâmica da infecção e  da queda sustentável de internações", pontuou. 

VARIANTES SÃO AMEAÇAS

Nos Estados Unidos, o avanço da imunização da população levou o país a suspender, em maio, a obrigatoriedade do uso de máscaras para quem já estivesse imunizado, seguindo recomendação do Centro de Cotrole e Prevenção de Doenças (CDC). Na época, o país tinha pouco mais de 46% da população vacinada com duas doses.

No entanto, o uso de máscara voltou a ser debatido nos EUA depois que as autoridades de saúde de Los Angeles recomendaram o uso de item de proteção em locais fechados, mesmo não sendo obrigatório. A variante Delta e a disparidade na taxa de vacinados entre os Estados preocupam as autoridades locais. 

Em Israel, o governo recuou da suspensão de máscaras em locais públicos fechados e em empresas após um surto da variante Delta, que tem se mostrado mais infecciosa e agressiva ao organismo. 

"No Brasil, ainda temos uma cobertura vacinal baixíssima, e os números de casos não chegaram a um nível seguro. A variante pode circular até entre os já imunizados com duas doses e afetar também quem só tomou uma dose das vacinas que precisam de duas aplicações", alertou o médico Luiz Henrique. 

Por isso, segundo especialistas, o momento ainda não é de relaxar. Além de máscara, também é necessário manter as medidas de higiene e distanciamento.

"O vírus é um agente infeccioso de transmissão direta que está presente em secreções da via respiratória. Ele pode ser transmitido quando falamos ou quando espirramos, por exemplo. Por isso, é preciso colocar uma barreira para essa emissão de vírus que impede que uma pessoa infectada repasse o vírus por suas vias aéreas para uma pessoa não infectada. Essa barreira é a máscara. Pode ser incômoda, mas é muito menos invasiva que um tratamento ou chegar a morte", completou Crispim Cerruti. 

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