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Capixaba pode levar o Espírito Santo ao espaço com experimento inédito

Capixaba pode levar o Espírito Santo ao espaço com experimento inédito

Briant Moreira de Oliveira, de 29 anos, desenvolveu uma pesquisa para estudar os efeitos da microgravidade no corpo humano e concorre a uma viagem espacial

Lucas Gaviorno

Estagiário / [email protected]

Publicado em 5 de setembro de 2025 às 15:27

Briant Moreira de Oliveira, de 29 anos, pode levar uma pesquisa científica para o espaço
Briant Moreira de Oliveira, de 29 anos, pode levar uma pesquisa científica para o espaço Crédito: Divulgação

Um capixaba pode levar o Espírito Santo para o espaço, literalmente! O engenheiro de software Briant Moreira de Oliveira, de 29 anos, é de Laranjeiras, no município da Serra, e está disputando uma das seis vagas para participar de uma missão espacial no foguete New Shepard, que pretende investigar os efeitos da microgravidade no corpo humano durante a missão espacial.

De forma mais detalhada, ele busca analisar como músculos, ossos e conexões neuromusculares reagem à ausência de gravidade. Essa pesquisa também pode auxiliar de forma positiva o avanço científico aplicável à saúde na Terra. A competição conta com candidatos de 150 países e, das seis vagas, cinco são para a condução de experimentos no espaço.

Elliot, como é conhecido nas redes sociais, nasceu nos Estados Unidos, mas foi naturalizado brasileiro e veio morar no Espírito Santo quando havia apenas três anos. A proposta "de outro mundo" do jovem foca em biomarcadores, que são indicadores biológicos, como células ou proteínas, podendo ser medidos para indicar um processo biológico, e nesse caso estão relacionados à degeneração muscular, um processo acelerado em ambientes de microgravidade e semelhante ao envelhecimento e a doenças degenerativas, como: sarcopenia, esclerose lateral amiotrófica, osteoporose e a caquexia do câncer.

O engenheiro contou o que deseja buscar nesta experiência. “Quero trazer de volta para a Terra os resultados desse experimento, para ajudar o desenvolvimento de novas tecnologias, procedimentos terapêuticos e medicamentos que possam tratar doenças neuromusculares, gerando impacto real na ciência e na vida das pessoas”, afirma Briant.

História de vida

Com mãe cabeleireira e pai caminhoneiro, o capixaba sempre foi muito curioso, interessado em saber o funcionamento das coisas. Ele estudou em uma escola particular de Laranjeiras e confessou que era um aluno travesso, sendo uma criança com muita energia. "Eu era muito indisciplinado, chamava atenção demais. Tinha energia de sobra para ficar parado em sala de aula”, confessa. Mas, o jogo começou a virar no ensino médio, quando Briant resolveu dar lugar aos estudos e até cogitou a cursar Medicina nos Estados Unidos.

Todo o esforço e dedicação fez com que ele conquistasse uma vaga em um curso de pré-medicina em uma universidade da Flórida. Lá, para cursar Medicina, é necessário fazer este curso para se candidatar no vestibular, por isso, Elliot fez. Durante o período em que ficou aprendendo sobre a área da saúde, uma nova paixão começou a surgir na vida do capixaba: a tecnologia.

Isso fez com que ele saísse da assistência cirúrgica para entrar no curso de engenharia de software. Além da faculdade, Briant também entrou em um programa de incubadora, o Make School — considerado uma das maiores incubadoras do mundo — em parceria com a Dominican University of California, em São Francisco.

Percebi que poderia aplicar a tecnologia em diferentes áreas. Esse casamento abriu caminhos que nunca tinha imaginado

Briant Moreira de Oliveira

Engenheiro de Software
Briant Moreira de Oliveira, de 29 anos, pode levar uma pesquisa científica para o espaço
Briant teve um trabalho aprovado pela Nasa e já atuou na agência espacial norte-americana Crédito: Divulgação

Capixaba já trabalhou na NASA

Elliot seguiu "voando" na área da tecnologia, até chegar na maior agência espacial do mundo, a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos, mais conhecida como Nasa. Ele conseguiu o feito enquanto fazia a disciplina de Machine Learning (em português: aprendizado de máquina), após participar de uma competição para cientistas de dados, usando dados do telescópio Kepler. O resultado foi a descoberta, quase por acaso, de 37 possíveis exoplanetas, que orbitam estrelas fora do nosso Sistema Solar. A repercussão foi tão grande, que o trabalho de Elliot foi confirmado pela agência.

A votação para que Elliot conquiste uma vaga na competição está aberta e pode ser feita por todos, por meio de uma comunidade no Telegram. Também é possível ajudar engajando os posts do jovem, colocando as hashtags da competição e participando da comunidade dele no Instagram. O resultado da votação sai no de outubro.

"Cada participação é importante. Mais do que me ajudar, é uma forma de apoiar a ciência e mostrar que pessoas do Brasil, do nosso Estado, também podem chegar longe, até mesmo ao espaço”, destaca o capixaba.

A organização da missão espacial está sendo feita pela agência espacial SERA (Space Exploration and Research Agency), e o foguete é da empresa Blue Origin, de Jeff Bezos.

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