Estagiária / [email protected]
Publicado em 4 de setembro de 2025 às 11:08
Curioso desde pequeno pelo universo das rochas e minerais, Pedro Henrique Uliana de Oliveira, de 11 anos, transformou a paixão pela geologia em um projeto científico premiado. Integrante do Instituto Leva Ciência, organização sem fins lucrativos que apoia jovens pesquisadores, o estudante criou o Museu Virtual Brasileiro de Pequenos Geólogos, espaço on-line que reúne informações acessíveis sobre geologia e, em especial, sobre a areia monazítica - a famosa areia preta presente em algumas praias de Guarapari.>
O interesse pelo mineral, classificado como terras raras, surgiu após notícias sobre a exploração desse elemento no Espírito Santo. Intrigado com os mitos que cercam a substância, entre eles a crença em propriedades curativas, Pedro decidiu testar cientificamente sua veracidade. Em um experimento, ele utilizou sementes de feijão cultivadas em diferentes substratos. >
O resultado mostrou que, ao contrário da areia comum, a monazítica não permitiu a germinação devido à baixa presença de fósforo e potássio, além do alto teor de sódio e da possível influência da radiação. “Se a radiação atrapalha o crescimento do feijão, não faz sentido acreditar que ela possa curar pessoas”, opina o estudante.>
A partir dessa experiência, Pedro foi convidado para palestrar na Praça da Ciência. Ali, percebeu que várias crianças estavam assistindo ao seu painel e, nesse momento, sua curiosidade pela geologia se transformou em vocação para a educação. Desde então, ele leva ciência de forma lúdica a outras crianças, utilizando impressões 3D, exposições em praças públicas e apresentações em escolas. "Quero que aprendam sem se entediar", explica.>
>
O projeto já garantiu ao jovem destaque em eventos científicos, como a Mostramazônia — maior evento científico e tecnológico da Região Norte do Brasil — onde conquistou o primeiro lugar. A vitória rendeu um convite para participar da Febrace, feira nacional organizada pela Universidade de São Paulo (USP), em 2026.>
Segundo Pedro, antes de ingressar no Instituto Leva Ciência ele não imaginava que seria capaz de desenvolver pesquisas, muito menos de ser premiado por elas. “No começo, não acreditava que poderia ganhar, mas, com o tempo, fui criando esperança”, cona. Agora, sua atenção está voltada para a Febrace, que classifica como “a competição mais importante até agora”.>
Mesmo com um projeto bem estruturado, ele não pretende parar por aí. De acordo com o jovem cientista, ainda há muito a ser explorado sobre as terras raras do Espírito Santo. "Pretendo iniciar um novo projeto científico no próximo ano, mas sem abandonar o atual. Planejo dar continuidade a ele", afirma Pedro>
Apesar da paixão pela geologia, o jovem já sonha com o futuro: seguir carreira como pesquisador em física, sem abrir mão da missão de divulgar ciência entre os mais novos, de forma leve e divertida.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta