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Publicado em 19 de maio de 2025 às 10:51
Todas as forças de segurança do Espírito Santo vão utilizar câmeras corporais nas fardas até o fim de 2025. A ideia é que agentes da Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Científica e Corpo de Bombeiros utilizem os equipamentos durante ações nas ruas capixabas.>
O planejamento, segundo Guilherme Pacífico, subsecretário de Comando e Inovação da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Espírito Santo (Sesp), é voltado para aquisição de câmeras para 40% do efetivo das forças de segurança, estimado em 10 mil agentes. Ou seja, 4 mil câmeras devem estar em operação com a conclusão do processo de aquisição dos equipamentos.>
O subsecretário explica que a fase de testes com a Polícia Militar foi concluída neste mês, com 200 câmeras nas fardas de agentes do Batalhão de Trânsito e da 12ª Companhia Independente, situada em Jardim Camburi, em Vitória.>
Durante essa fase, mais 50 equipamentos foram locados para as polícias Científica e Civil, corporações que também deram os primeiros passos com o uso da tecnologia nas ruas capixabas e em ambientes internos. O teste com as três forças de segurança, segundo Guilherme Pacífico, foi um diferencial do Espírito Santo em relação a outros Estados que também fazem uso da tecnologia, como São Paulo e Minas Gerais, que só utilizam as câmeras na Polícia Militar.>
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“No nosso Estado, estamos tratando as câmeras para atendimento a todas as forças policiais para as atividades de segurança pública. As corporações fizeram relatórios técnicos sobre a utilização em suas atividades e agora, em junho, vamos entrar na fase de licitação para uma contração mais robusta dessas câmeras”, destaca o subsecretário.>
Atualmente, a Sesp elabora um Estudo Técnico Preliminar (ETP) para fechar os detalhes para início da licitação. Essa fase é baseada na portaria que já define as regras para uso das câmeras e também um levantamento para definir a quantidade exata de câmeras.>
“Essa medida de uso das câmeras em todas as forças de segurança do Espírito Santo serve para dar transparência às atividades policiais. Além de garantir um meio de prova, elas garantem autodefesa do policial e um melhor trabalho junto à população”, diz Guilherme Pacífico. >
Guilherme Pacífico
Subsecretário de Comando e Inovação da Secretaria de Segurança do Espírito Santo (Sesp)Durante a fase inicial dos equipamentos no Espírito Santo, segundo Guilherme Pacífico, as câmeras passaram por testes de acionamento, comunicação, transmissão à distância e diálogo com o Centro Integrado Operacional de Defesa Social (Ciodes).>
“Seguimos orientações do Ministério da Justiça e Segurança Pública e, com as diretrizes, tivemos a oportunidade de conhecer todas as possibilidades tecnológicas que a ferramenta permite”, destaca o subsecretário.>
Pela portaria publicada em fevereiro, já está definido que as câmeras devem ser de uso individual e obrigatório pelos agentes em serviço nas seguintes circunstâncias:>
O acionamento da gravação das câmeras corporais poderá ser realizado automaticamente, em modo de baixa resolução, quando o equipamento for retirado da base até a sua devolução, registrando todo o turno de serviço. O profissional de segurança pública pode desligá-la durante as pausas e os intervalos de trabalho, de modo a preservar sua intimidade ou privacidade. Ou em modo de alta resolução, quando a gravação é configurada para responder a determinadas ações, eventos, sinais específicos ou geolocalização.>
O acionamento também pode ser manual, em modo de alta resolução, pelo agente, remotamente, em modo de alta ou baixa resolução, por ocasião da alocação do recurso para atendimento a situação de urgência ou emergência. Ou em modo de alta ou baixa resolução, por decisão de autoridade competente do próprio órgão de segurança pública.>
Caberá aos próprios órgãos de segurança pública avaliarem a regularidade dos casos de não acionamento do equipamento, seu desligamento ou acionamento inadequado, bem como de interrupção da gravação, encaminhando à apreciação das respectivas corregedorias quando necessário. >
➥ Como deve ser o acionamento das câmeras?
A câmera deverá ser acoplada na parte superior do tronco, no centro, canto direito ou esquerdo, sobre o uniforme, suporte ou colete de proteção individual, de forma que seu posicionamento permita enquadrar corretamente todas as cenas, sejam elas no exercício de suas atividades rotineiras ou quando embarcado na viatura.
Mesmo se a forma de acionamento da gravação adotado pela instituição for manual, a câmera corporal deve permanecer em standby (modo de espera) durante todo o turno de serviço, ou seja, apta a iniciar a gravação de vídeos/áudios pelo simples acionamento do botão respectivo.
Quando ativar manualmente a gravação, o profissional de segurança pública deve conferir se as luzes de advertência de gravação foram ligadas, pois confirmam o procedimento e permitem que as pessoas percebam que estão sendo filmadas, auxiliando a evitar maus comportamentos.
Nas situações em que as luzes e som do equipamento exponham a sua vida ou integridade física a risco, ou quando a situação tática assim exigir, o profissional de segurança pública estará autorizado a colocar a gravação da câmera corporal em modo velado.
O profissional de segurança pública deverá conservar as lentes e o microfone da câmera corporal completamente desobstruídos durante o serviço, bem como manter o equipamento voltado para o lugar dos acontecimentos, sendo vedada qualquer ação deliberada que possa prejudicar a captação de imagens e áudio.
Questionado sobre o tratamento e disponibilização das imagens, Pacífico explica que será definido um ambiente para armazenamento e fornecimento ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, por exemplo.>
“As imagens estarão sob um regramento que define o uso e compartilhamento delas. É importante destacar que a forma de contratação das câmeras não permite qualquer tipo de alteração nas imagens, a própria tecnologia faz essa salvaguarda”, diz o subsecretário.>
Além do uso pela PM, pela PC e pelo Corpo de Bombeiros, há ainda previsão para ampliação do uso de câmeras corporais nos policiais penais, que atuam nos presídios. Para tanto, uma nova portaria para regular o uso dos equipamentos no sistema prisional do Estado será elaborada, seguindo o estabelecido pela resolução da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), publicada após a portaria 02-R, de 10 de fevereiro de 2023, que indica as diretrizes que regulam a utilização do equipamento no âmbito da Sejus. >
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