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Publicado em 3 de abril de 2024 às 15:49
A obra do Cais das Artes, em Vitória, deve ser retomada ainda neste mês e vai contar com fiscalização em “tempo real” do Tribunal de Contas do Espírito Santo (TCES). Segundo o órgão, na última segunda-feira (1º), auditores de Controle Externo se reuniram com representantes do Departamento de Edificações e Rodovias do Espírito Santo (DER-ES) para alinhar os detalhes do acompanhamento das operações na Enseada do Suá. >
Após o término do processo de limpeza e organização do canteiro de obras, que está em curso desde julho de 2023, o centro cultural vai entrar na fase de retomada de construção através do DER-ES em conjunto com empresa Dan Engenharia, contratada por meio de licitação no fim do último ano.>
“Com o acompanhamento da obra, nós vamos fiscalizar para evitar que irregularidades aconteçam em relação ao contrato. Então, o Tribunal de Contas acompanhará passo a passo, mês a mês, para serem respeitados os prazos, a qualidade dos materiais e a organização dos pagamentos”, explica o auditor Guilherme Fernandes, do Núcleo de Controle Externo de Edificações (NED).>
Segundo Guilherme, tal acompanhamento deve garantir que a obra tenha um andamento dentro do prazo e dos valores estipulados. “É bem melhor um acompanhamento em tempo real do que uma avaliação depois que a obra está pronta, porque isso gera atrasos. Depois de pronto, nós até podemos apontar os erros, mas o responsável às vezes não tem tempo para corrigir o que é necessário dentro dos contratos, o que gera muita burocracia”, complementa o auditor. >
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A obra do Cais das Artes, projetada pelo arquiteto capixaba Paulo Mendes da Rocha, começou oficialmente em 2010, no fim do segundo mandato do então governador Paulo Hartung. O investimento total seria de R$ 115 milhões. A previsão inicial de entrega do empreendimento era para 2012, mas uma série de contratempos e judicializações resultou no atraso da obra.>
Em 2013, um novo contrato foi firmado para continuidade das obras. Porém, em 2015, foram constatadas irregularidades na execução do projeto, inclusive com pagamentos indevidos.>
Já em 2023, oito anos depois da paralisação e dois anos após a morte do arquiteto do Cais das Artes, o governador Renato Casagrande (PSB) anunciou a retomada diante do acordo judicial com o consórcio Andrade Valladares - Topus, prometendo a entrega até janeiro de 2026.>
À época, o governo do Estado divulgou que seriam desembolsados R$ 183 milhões para as operações, sendo R$ 20 milhões para recuperação e limpeza do canteiro de obras e R$ 163 milhões para as demais atividades. Até ali, já haviam sido pagos R$ 56 milhões à Santa Bárbara, primeira empresa que executou a obra, e outros R$ 76 milhões destinados para o Consórcio Andrade Valladares - Topus para a parte do projeto que foi executada até a paralisação de 2015. Assim, até agora, o centro cultural já custou R$ 132 milhões. >
O desenho original do complexo cultural prevê um teatro com 600 metros quadrados, que deve comportar 1,3 mil lugares, e um museu com espaço de 2,3 mil metros quadrados. Além disso, o Cais das Artes deve contar com um auditório para 225 pessoas, salas de exposições, biblioteca, cantina, recepção, cafeteria e espaços para espetáculos e exposições ao ar livre.>
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