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Publicado em 10 de junho de 2022 às 12:16
- Atualizado há 3 anos
O ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, disse que pode aceitar uma “devolução amigável” da concessão da BR 101 no Espírito Santo, caso não se consiga chegar a um entendimento com o Tribunal de Contas da União (TCU). A Corte de Contas determinou que sejam realizadas mudanças na forma de cálculo do pedágio, que resultariam em redução das tarifas, o que impacta no contrato com a Eco101. >
“Temos um desafio com TCU, que está fazendo uma interpretação em relação às tarifas, o que coloca a viabilidade do projeto de concessão em xeque”, explicou Sampaio em entrevista concedida durante coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (10), onde foi inaugurada a pista do Aeroporto de Linhares. Com uma possível devolução do contrato, as obras de duplicação seriam suspensas até uma nova alternativa ser viabilizada.>
Marcelo Sampaio explicou que está negociando junto aos ministros da Corte de Contas em busca de uma solução, objetivando uma revisão das decisões já tomadas, “se for possível”, assinalou.>
“Tudo isso para que a gente tenha um contrato saudável, sustentável, com a Eco101 entregando obras que vêm se arrastando em decorrência de alguns problemas, como o licenciamento ambiental”, explicou.>
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Na avaliação do ministro, o ideal é que a concessionária continue operando, executando e cumprindo as obras. “É o melhor cenário para nós”, destacou.>
Caso isso não seja possível, com a decisão do TCU sendo mantida, o ministro informa que pode vir a aceitar “uma devolução amigável do contrato”, se essa for a opção da Eco101.>
“O governo federal abriu esta possibilidade (devolução amigável de concessão), em que temos a devolução sem litígio, em que avaliamos as duas partes e temos uma devolução mais célere. O contrário leva mais tempo e é ruim para o usuário. O capixaba precisa de rodovia duplicada, e é o que queremos fazer com brevidade”, disse o ministro.>
Questionada, a Eco101 disse que não vai se manifestar sobre as declarações do ministro.
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De acordo com o ministro, o contrato assinado com a Eco101 — que faz parte do grupo EcoRodovias — é antigo e possui uma modelagem também antiga, que traz desafios em sua administração.>
“A diferença é a modelagem dos contratos. No caso da BR 101, no Espírito Santo, trata-se de um contrato com a modelagem antiga. Atualmente há um processo de amadurecimento no país e temos avançado em relação à sofisticação das modelagens. Mas aqui o contrato é desafiante para a EcoRodovias”, disse Sampaio.>
O ministro destacou ainda que, mesmo com as dificuldades, as obras no Estado têm sido realizadas. “Ela (Eco101) tem avançando na pavimentação e na duplicação em relação a Guarapari, uma obra importante”, disse, destacando ainda que o grupo EcoRodovias “tem sido parceiro da União, operando diversas rodovias no país, e feito um bom trabalho”.>
Durante a solenidade de inauguração do Aeroporto de Linhares, o governador Renato Casagrande falou sobre a preocupação com o futuro das obras de duplicação da BR 101 no Estado. >
Destacou que “vai atuar em Brasília”, junto à bancada federal de parlamentares capixabas, para tentar reverter a situação. “É importante garantir o cumprimento das obras”, destacou.>
Para o Espírito Santo, segundo Casagrande, o pior cenário seria a devolução da concessão. “Para nós o pior cenário é a empresa sair. Queremos que o contrato seja cumprido, e não rompido. É importante achar um caminho para que ela possa cumprir o contrato, porque é fundamental para o Espírito Santo esta duplicação”.>
Os deputados federais Neucimar Fraga e Josias de Vitória, o Da Vitória, informaram que pretendem promover uma reunião, em Brasília, com todos os envolvidos no assunto.>
A intenção é encontrar uma solução que garanta a realização das obras. “A bancada não quer a devolução do contrato, mas o cumprimento das obras”, disse Neucimar Fraga. A reunião foi agendada para o próximo dia 30 de junho.>
No processo que tramita no TCU desde 2016, foram identificadas irregularidades no cálculo da tarifa de pedágio. Em decorrência delas, a Corte de Contas determinou que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) — responsável pela regulação do contrato — promova a revisão das tarifas.>
A última reunião do Plenário da Corte foi no dia 30 de março, quando estabeleceram prazo de 90 dias para a execução da revisão. No dia 18 de maio houve a prorrogação por mais 30 dias. Segundo o TCU, a medida vale a partir da notificação da ANTT, mas não informa qual o prazo final, apenas que a agência ainda está dentro do prazo estabelecido.>
A ANTT informa que já foi notificada e que vai recorrer contra a decisão. >
A Corte de Contas aponta, principalmente, que não há um impacto direto no pedágio das obras não realizadas pela concessionária. As principais irregularidades são:>
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