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Baleia-jubarte aparece morta no mar de Manguinhos, na Serra

Baleia-jubarte aparece morta no mar de Manguinhos, na Serra

O animal foi encontrado na manhã desta quarta-feira (7) e chamou a atenção de banhistas. Equipes de monitoramento de praias foram ao local para fazer o trabalho de identificação

Publicado em 7 de outubro de 2020 às 13:37

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Jubarte
Mais uma baleia Jubarte apareceu encalhada no litoral capixaba, desta vez na Serra. (Vitor Jubini)

Mais uma baleia foi encontrada morta no litoral capixaba. Desta vez o registro ocorreu na praia de Manguinhos, na Serra, na manhã desta quarta-feira (7). Internautas encaminharam fotos e vídeos do animal já sem vida durante a manhã. A cena chamou a atenção de quem passava pela praia.

O coordenador de projetos de monitoramento de praias da CTA Meio Ambiente, Wilson Meirelles, explicou que o animal é uma baleia-jubarte, que nesta época do ano passa pelo mar do Estado em direção ao Santuário de Abrolhos, onde se reproduz. Veja vídeo:

O diretor do Instituto Orca, Lupércio Barbosa, afirmou que equipes foram ao local para analisar a carcaça. Segundo Lupércio, o animal já chegou morto na praia, encalhou na areia e, por se tratar de uma baleia quase adulta, o trabalho da retirada da carcaça é difícil e depende de equipamentos pesados, aos quais o acesso à praia é dificultado por conta da vegetação e da areia.

"O Instituto Orca esteve no local. Depende da maré baixar, de ter equipamentos pesados para puxar a carcaça, mas o local não permite, não há como os equipamentos acessarem o local por conta da vegetação. É uma operação que o instituto orientou a Prefeitura da Serra a usar equipamentos pesados, máquinas apropriadas para que possam entrar no mar e tombar a carcaça até um outro local que possa ser retirada. A prefeitura estava avaliando a utilização dos equipamentos", disse.

Lupércio ainda contou que a carcaça da baleia pode pesar até 27 toneladas, o que é mais um empecilho para a retirada do animal. As equipes do instituto não conseguiram nem se aproximar, já que as nadadeiras da baleia apresentam risco, por estarem expostas às ondas.

"É uma carcaça grande, mais ou menos 11 metros, entre 25 e 27 toneladas. É um macho que já chegou morto e uma operação que envolve procedimentos mais especializados. Tem vários outros problemas a se resolver. O acesso à carcaça se torna impossível, porque há risco de acidente para a equipe. As nadadeiras, por exemplo, estão a favor das ondas e podem causar fraturas e cortes", explicou.

A Prefeitura da Serra informou que acionou uma empresa ambiental para que seja feito o trabalho de autópsia e, posteriormente, o recolhimento do animal para que a carcaça tenha a destinação correta.

ESPÍRITO SANTO NA ROTA DAS JUBARTES

Neste ano, muitos animais da espécie tem aparecido mortos ou encalhados em diferentes pontos do litoral do Espírito Santo, porém não se trata de algo incomum. Segundo o coordenador do projeto Amigos da Jubarte, que desde 2014 monitora a presença dos bichos no Estado, a elevação do número de registros se deve ao aumento populacional da baleia-jubarte, o que faz com naturalmente cresça também o percentual de mortalidade.

Jubarte
O mar forte impediu que os ambientalista analisassem o animal na Praia de Manguinhos. (Vitor Jubini)

"No final da década de 80, quando foi declarada a proibição da caça de baleia, o grupo de baleias jubarte foi contabilizado com menos de mil indivíduos. Ou seja, as jubarte estavam praticamente extintas no Brasil. Devido à proibição e dos esforços para conservação, atualmente temos um grupo de mais de 25 mil visitando o nosso litoral", disse.

Muitos fatores contribuem para a morte de animais, porém o principal deles são causas biológicas, isso na região do Espírito Santo. Historicamente a espécie Jubarte, em um âmbito global, a caça é a principal causa das mortes.

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