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Apenas 9 cidades do ES batem todas as metas do Ideb no ensino público

Apenas 9 cidades do ES batem todas as metas do Ideb no ensino público

Dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), do governo federal, mostram as notas alcançadas e as metas projetadas para cada município do Espírito Santo. Todos esses municípios que se destacaram são do interior do Estado

Publicado em 18 de setembro de 2020 às 06:00

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Sala de aula vazia, quadro, carteiras
Os dados envolvem alunos do 5º ao 9º ano do Ensino Fundamental. (Jan Antonin/Unsplash)

De um total de 78 municípios capixabas, apenas nove atingiram ou ultrapassaram todas as metas do Ensino Fundamental – anos iniciais e anos finais – do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) em 2019. Os dados foram divulgados nesta semana pelo Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Como critério, a reportagem de A Gazeta utilizou as notas e as metas da rede pública de ensino de cada cidade. Vale destacar que o Ideb também tem metas para as escolas da rede municipal e estadual. No entanto, alguns municípios têm as duas redes e outros somente uma. 

ANOS INICIAIS

Nos anos iniciais do Ensino Fundamental (até o 5ª ano) da rede pública, 59 cidades alcançaram ou superaram a meta projetada enquanto outras 19 tiveram dificuldades para bater o índice esperado.

ANOS FINAIS

Nos anos finais do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano), nove municípios tiveram resultado positivo contra 69 que não tiveram êxito. Quando comparados todos os municípios do Estado, é possível identificar que somente Boa Esperança; Domingos Martins; Ecoporanga; Irupi; Iúna; Mantenópolis; Marechal Floriano; Sooretama; e Vargem Alta apresentaram bom desempenho quanto à projeção pelo principal indicador da educação básica.

CARACTERÍSTICAS

A professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e doutora em Educação, Cleonara Maria Schwartz, disse que para explicar o motivo que levou essas cidades a apresentarem esses resultados, é importante observar as características sociais, a relação das escolas com a comunidade e a gestão pedagógica das instituições de ensino.

“É preciso observar a gestão que incide no processo ensino-aprendizagem. Quanto ao resultado, não necessariamente, há uma relação próxima com condições sociais. São escolas onde a comunidade escolar não é constituída por crianças que estão em vulnerabilidade social. Esse investimento dessa não vulnerabilidade social também impacta nas aprendizagens”, alertou.

O IDEB

O Ideb varia numa escala de 0 a 10 e é caracterizado a cada dois anos para os anos iniciais e finais dos ensinos fundamental e médio. Na composição da avaliação do índice, o MEC considera as notas dos estudantes na prova do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), foi aplicada em outubro e novembro de 2019, além dos índices de aprovação, compilados pelo Censo Escolar.

Para o presidente da União dos Dirigentes Municipais da Educação do Espírito Santo (Undime), Vilmar Lugão de Britto, de modo geral, o resultado registrado no Espírito Santo reflete, em parte, o que aconteceu nos demais estados brasileiros. Segundo ele, os anos finais tem sido o grande desafio da educação brasileira.

Aspas de citação

Observou-se de um modo geral que o ensino dos anos iniciais cresceu em torno de dois décimos. Na mesma linha de Brasil, o Ensino Fundamental 2 (anos finais), tem sido o grande desafio porque além de não atingir as metas, vem com esse crescimento meio que estagnado

Vilmar Lugão de Britto
Presidente da Undime
Aspas de citação

Quanto aos municípios que atingiram a meta, Lugão atribui a conquista às questões de valorização profissional, como programas de formação continuada dos professores. Aos demais, ele sugere que os gestores da educação, comunidade escolar e até mesmo os pais e responsáveis, se reúnam para avaliar e discutir quais práticas podem ser adotadas a partir deste resultado.

Já para Cleonara o resultado dos municípios que atingiram a meta nos anos iniciais pode estar associado ao Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic), desenvolvido pelo governo federal em 2014.

“Houve investimento na formação de professores e em materiais pedagógicos que davam suporte às aulas. Era um investimento que se observa resultado a médio e a longo prazo. Quem fez a avaliação de 2019 eram as crianças que estavam no primeiro ano em 2014, 2015. Elas passaram por aquele período importante e agora foram avaliadas”, destacou.

Em relação aos anos finais, a especialista lembra que não foi desenvolvido nenhum tipo de programa semelhante ao Pnaic. Segundo ela, no caso dos estudantes do 6º ao 9º ano, as iniciativas foram coordenadas pela iniciativa privada. “Houve um crescimento tímido, mas não tivemos políticas consolidadas com envolvimento e parceria das unidades públicas de ensino, como aconteceu nos anos iniciais”, declarou.

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