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Antes das festas de final de ano, taxa de transmissão no ES teve queda

Antes das festas de final de ano, taxa de transmissão no ES teve queda

Os efeitos das interações de final de ano só devem ser sentidos na segunda semana de janeiro, uma vez que há uma janela de 14 a 21 dias para se ter repercussão de determinados eventos nos indicadores epidemiológicos

Publicado em 7 de janeiro de 2021 às 19:41- Atualizado há 3 anos

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Domingo de praias lotadas em Vila Velha em um momento da alta do número de casos de coronavírus no ES
Feriados de final de ano foram de praias lotadas em Vila Velha e em várias cidades. (Carlos Alberto Silva)

A taxa de transmissão (Rt) do novo coronavírus para o Espírito Santo reduziu de 1,14 para 0,74. Mas como ela se refere a semana até o dia 21 de dezembro, o índice não chega a captar os efeitos das aglomerações e da maior interação durante as festas de Natal e da virada do ano.

ES - Taxa de Transmissão do coronavírus
Taxa de transmissão no ES até dia 21/12. (IJSN/NIEE)

Pablo Lira, diretor de Integração e Projetos Especiais do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), explica que há uma janela de 14 a 21 dias para se ter repercussão de determinados eventos nos indicadores epidemiológicos.

O que significa que os reflexos das aglomerações do final de 2020 só devem começar a aparecer nas estatísticas a partir da segunda semana de janeiro deste ano. “E mesmo na semana após o Natal e o ano-novo ainda não iremos perceber os possíveis desdobramentos da interação. É preciso uma janela de 14 a 21 dias para a manifestação de um possível contágio”, explicou.

Um exemplo desta situação, segundo Lira, foi o que ocorreu no feriado de setembro. Na semana do dia 7 de setembro, o Rt foi de 0,69, uma das mais baixas desde o início da pandemia, decretada em 11 de março. Mas a partir daí, ela foi apresentando crescimento e os efeitos da interação do feriado começaram a ser sentidos nas semanas seguintes.

REGIÕES

A mesma redução do Estado também foi observada na taxa da Grande Vitória, que caiu de 1,11 para 0,55.

GV - Taxa de Transmissão do coronavírus
(IJSN/NIEE)

O quadro também se repetiu na Rt do interior do Espírito Santo, que vinha se mantendo em alta nas últimas semanas, e que reduziu de 1,16 para 0,85.

Interior - Taxa de Transmissão do coronavírus
(IJSN/NIEE)

IDEAL É O ÍNDICE FICAR ABAIXO DE 1

Também simbolizado por Rt, o "ritmo de contágio" é um número que traduz o potencial de propagação de um vírus. Para que a doença pare de avançar de forma rápida, o Estado tenta manter os indicadores abaixo de 1.

A taxa de transmissão acima de 1 significa que 100 indivíduos infectados podem passar a doença para outras 100 pessoas. com taxa abaixo de 1 (0,74), cada 100 indivíduos infectados podiam infectar cerca de 74 pessoas. Em abril de 2020, por exemplo, a taxa chegou a 3,44. Ou seja, 100 infectados eram capazes de transmitir o vírus para mais de trezentas pessoas.

A preocupação com o crescimento da Rt decorre das interações e aglomerações que ocorreram no final do ano, com destaque para algumas cidades, como em Guarapari, onde a Polícia Militar chegou a atuar para acabar com festas clandestinas. “A gente sabe que houve muita interação em alguns locais, flexibilizaram o uso da máscara, aglomeraram, sobretudo no final do ano”, destaca Lira.

Mas a proximidade de fevereiro e de outro grande feriado, o Carnaval, é outro fator preocupante, principalmente por ele estar mais próximo de um possível retorno das aulas presenciais. “Precisamos continuar vigilantes com os cuidados na mitigação da transmissão da Covid-19, sem promover aglomerações, até a vacina chegar”, assinala.

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