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Mortes por coronavírus crescem quase 90% em dezembro no ES

Mortes por coronavírus crescem quase 90% em dezembro no ES

Último mês de 2020 registrou 802 novos óbitos contra 424 de novembro; aumento é o segundo consecutivo e número é o terceiro maior de toda a pandemia

Publicado em 4 de janeiro de 2021 às 21:29- Atualizado há 3 anos

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Domingo de praias lotadas em Vila Velha em um momento da alta do número de casos de coronavírus no ES
Enquanto banhistas aproveitavam a praia lotada, mais de 800 capixabas morreram por causa da Covid-19. (Carlos Alberto Silva)
 ES registra crescimento de quase 90% no número de mortes em dezembro

O ano de 2020 terminou com os números da pandemia em franca ascensão no Espírito Santo. Apenas durante o mês de dezembro, foram divulgadas 802 mortes causadas pelo novo coronavírus no Estado: 378 a mais que em novembro – o que equivale a um aumento de 89,1%.

Esse desfecho já vinha sendo apontado há cerca de três semanas por A Gazeta e é o segundo crescimento consecutivo. Em números absolutos, a quantidade de óbitos notificados durante o último mês é o terceiro maior de toda a pandemia, ficando atrás somente de junho e julho, meses do pico.

Doutora em epidemiologia, Ethel Maciel garante que o número de mortes é um indicador que permite uma comparação mais direta que o de casos, que podem ter sofrido subnotificações no passado. "Elas são menos sensíveis a mudanças, por isso podemos afirmar que já temos um padrão muito semelhante a julho", explica.

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Não era para termos tantos óbitos assim, se considerar que sabemos como evitar a transmissão e a lidar com a doença

Ethel Maciel
Doutora em epidemiologia
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Apesar de acompanhar de perto a pandemia, a especialista se surpreendeu com os dados de dezembro. "O aumento foi muito expressivo. A gente não esperava, em nenhuma das nossas projeções. Achávamos que íamos estabilizar e apresentar queda, mas ainda estamos subindo", alerta.

CASOS AUMENTARAM QUASE 70%

Em forte crescente também está o número de casos registrados em dezembro no Espírito Santo, que superou a marca dos 58 mil. Ou seja, cerca de 23 mil a mais que o total divulgado em novembro pelo Painel Covid-19, da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa). Um aumento de 69,9%.

Esse comportamento dá continuidade a uma tendência de alta, que vigora no Estado desde o início de outubro: este é o terceiro aumento consecutivo na quantidade de novos casos mensais. A última queda registrada aconteceu ainda entre os meses de agosto e setembro.

Vale ressaltar que pelo comportamento da doença, esses dados ainda não refletem as consequências dos encontros no Natal e no Réveillon. "Em média, leva uma semana para o aumento de infecções, duas para o impacto nas internações e três para os reflexos nos óbitos", esclarece Ethel.

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Estamos em uma segunda onda e os números continuam a subir. Corremos o risco de ter um colapso no serviço de saúde que não tivemos na primeira onda, em junho

Ethel Maciel
Doutora em epidemiologia
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Lamentável e inevitavelmente, as perspectivas para o primeiro mês de 2021 também não são nada boas. "A nossa situação é difícil, até pelo potencial do poder público de coibir aglomerações. Será um janeiro de muitos casos e muitas mortes. Será um janeiro muito triste", prevê a especialista.

Para além das dificuldades já causadas pelo relaxamento do distanciamento social por parte da população, Ethel alerta que a nova variante do coronavírus pode causar ainda mais impactos. "Essa cepa é mais contagiosa e tem uma carga viral maior. Com isso, mais pessoas com predisposição a casos graves adoecem e morrem", alerta. Ou seja, todo cuidado é pouco.

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