> >
ES registrou em 2020 o maior número de mortes dos últimos 6 anos

ES registrou em 2020 o maior número de mortes dos últimos 6 anos

Dados do Portal da Transparência do Registro Civil indicam que até o dia 31 de dezembro, 29.006 pessoas morreram no Espírito Santo,  3.882 óbitos a mais do que em 2019

Publicado em 5 de janeiro de 2021 às 12:18- Atualizado há 3 anos

Ícone - Tempo de Leitura min de leitura
Ato homenageia capixabas mortos pelo novo coronavírus na praia de Camburi, em Vitória
Ato homenageia capixabas mortos pelo novo coronavírus na praia de Camburi, em Vitória. (Ricardo Medeiros)
Autor - Isaac Ribeiro
Isaac Ribeiro
Repórter de Cotidiano / [email protected]
Errata Correção
5 de janeiro de 2021 às 12:57

O título e o texto desta matéria traziam a informação de que 2020 teve o maior número de mortes dos últimos 5 anos, mas os dados são contabilizados desde 2015. As informações foram atualizadas. 

Em um ano marcado pela pandemia do novo coronavírus, o Espírito Santo bateu o recorde de óbitos registrados nos últimos seis anos. A marca, que representa o luto de milhares de famílias, consta no Portal da Transparência do Registro Civil. De acordo com o site, de janeiro a dezembro de 2020, o Estado contabilizou 29.006 mortes. 

O dado corresponde a 3.882 óbitos a mais que em 2019, ano que registrou 25.124 mortes. Em 2018, 23.947 pessoas morreram no Espírito Santo; em 2017, 24.583; em 2016, 23.421; e, em 2015, foram 22.750. As causas das mortes, não estão especificadas no Portal do Registro Civil, mas, na análise dos especialistas, a pandemia impactou as estatísticas. 

Enquanto o isolamento social, nos primeiros meses da pandemia, fez reduzir o número de mortes em acidentes de trânsito, a doença provocada pelo novo coronavírus superou , e muito, a quantidade de assassinatos do ano, que também bateu recorde, inflando as estatísticas de mortes. Em 2020, o Estado registrou 1.089 homicídios. Já a Covid-19 matou 5.234 pessoas entre o dia 16 de março (data do primeiro óbito registrado no Espírito Santo) até 31 de dezembro.   

Na análise mês a mês dos óbitos de 2020, é possível observar como o número geral de mortes aumenta no mês de junho - mesmo período que o Espírito Santo registrou o pico de casos e óbitos por Covid-19. Só nesse mês, foram contabilizados 3.053 óbitos. Em julho, foram 3.002 e, em agosto, 2.540 mortes.

A pós-doutora em Epidemiologia e professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Ethel Maciel, explicou que no início do século XXI as doenças infecciosas não eram a primeira causa de morte no mundo. No fenômeno chamado de transição epidemiológica, as doenças crônicas ocuparam o lugar.

Aspas de citação

As pessoas passaram a viver mais e então as doenças crônicas passaram as doenças infecciosas no coeficiente de mortalidade. A pandemia do coronavírus mudou todas as nossas estatísticas até o momento, reposicionando as doenças infecciosas, no caso a Covid-19, como a morte mais importante no mundo em 2020

Ethel Maciel
Epidemiologista
Aspas de citação

Ela destaca que o enfrentamento à pandemia deve servir para discutir a importância de o Brasil adequar um sistema de vigilância em saúde capaz de oferecer uma resposta mais rápida e coordenada no combate às doenças virais.

"Tudo isso é muito triste, principalmente, quando constatamos que aqui no Espírito Santo tantas famílias perderam entes queridos. A doença não poupa, atinge a todos, ainda que não seja da mesma forma porque as desigualdades existem e as pessoas em situação de vulnerabilidade sempre vão sofrer mais", lamenta.

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais