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Clínicas particulares negociam compra de vacina indiana contra Covid-19

Clínicas particulares negociam compra de vacina indiana contra Covid-19

O infectologista capixaba Lauro Ferreira Pinto, que é sócio de um dos centros de vacinação privados no Estado, recebeu material com informações a respeito da vacina, mas defende que a imunização aconteça primeiro na rede pública

Publicado em 3 de janeiro de 2021 às 20:46- Atualizado há 3 anos

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Representante da Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas vai ser enviado à Índia para conferir a produção em laboratório do imunizante. (Foto de Anna Shvets/ Pexels)
Autor - Iara Diniz
Iara Diniz
Repórter de Política / [email protected]

A Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC) está negociando com um laboratório indiano a compra de doses de uma vacina contra a Covid-19. O imunizante, chamado de Covaxin, está na fase 3 de testes na Índia, etapa em que a eficácia é verificada. No Espírito Santo, o CVP Vacinas é um dos associados do grupo.

O médico infectologista e sócio da CVP Lauro Ferreira Pinto informou que o imunizante despertou interesse da Associação e que um representante das clínicas particulares será enviado até a Índia para acompanhar a produção em laboratório.

"Nessa balbúrdia que está o cenário nacional de vacina, de não termos um programa claro, surgiu o interesse das clínicas privadas pela vacina indiana. Eu particularmente acho que a vacinação tem que chegar na rede pública primeiro para que a vacinação comece pelos grupos prioritários de risco", destacou.

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A vacina, em uma situação como esta, não pode ser para quem pode pagar, mas para quem precisa mais

Lauro Ferreira Pinto
Infectologista e sócio do CVP Vacinas
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O infectologista capixaba contou que recebeu um material da Associação Brasileira de Clínicas de Vacina com informações a respeito do imunizante indiano. Ele frisou, contudo, que é precipitado dizer que os estabelecimentos privados do Espírito Santo vão  adquirir as doses. 

"A Índia tem tradição no mercado de vacinas e essa vacina, especificamente, o Ministério da Saúde e a Associação Brasileira das Clínicas de Vacina se interessaram. Ainda não consegui ler o material que recebi. O que eu sei é que é uma vacina inativa, com vírus morto e está na fase 3", destacou.

"É óbvio que as clínicas privadas estão de olhos abertos, mas não podemos gerar expectativa. Precisamos aguardar a publicação da fase 3, o registro da fase 3 e da Anvisa. Qualquer discussão antes disso é muito precipitada. E, pela lógica, o serviço público tem prioridade", afirmou. 

O  Covaxin teve o seu uso emergencial na Índia aprovado neste domingo (03) pelas autoridades do país e depende da autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser usado no Brasil.

Os primeiros estudos clínicos mostraram que o imunizante não gera efeitos colaterais graves e produz anticorpos para a Covid-19.

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