Publicado em 28 de dezembro de 2020 às 07:39
Muitos esperam o ano inteiro para assistir aos espetáculos pirotécnicos nas praias durante o réveillon, sempre na esperança de trazer bons fluidos para o ano que se inicia. A pandemia do novo coronavírus, porém, fez com que esses eventos - tradicionais pontos de encontro de amigos e familiares, quase sempre causando aglomeração - fossem cancelados na maioria dos municípios capixabas.>
Sem ter a possibilidade do show pirotécnico feito pelo poder público, muita gente pensa em fazer o seu "espetáculo particular" - o que já acontece anualmente em alguns sítios e bairros mais afastados dos "espetáculos oficiais" - para receber 2021. Mas isso está permitido neste ano? >
A queima de fogos caseira, com a presença de poucos familiares, não está proibida. Mesmo não sendo recomendada pelas autoridades sanitárias, até para manter o isolamento social necessário para frear novos casos de Covid-19, elas podem ser realizadas. Dependendo do município e do artefato explosivo a ser usado, é necessária uma autorização do poder municipal e, claro, muitos cuidados.
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Procuramos a Prefeitura de Vitória para saber se há restrições em relação à prática de queima de fogos caseira. Foi repassado à reportagem, via assessoria de imprensa, que não é necessário pedir uma autorização para a prática. >
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Já em Vila Velha há em vigor a Lei municipal nº 6298, de 26 de fevereiro de 2020, proibindo a queima, soltura e manuseio de rojões, fogos de artifícios e artefatos pirotécnicos que produzam poluição sonora, tanto em lugares abertos como fechados. Segundo a prefeitura, estão liberados apenas fogos de artifício do tipo "sem barulho", conhecidos como "fogos de efeito visual", artefato predominantemente luminoso e com nível sonoro máximo de 85 decibéis.
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O "Divirta-se" conversou com Euler Luiz Piazzi Neto, capitão do Corpo de Bombeiros do Espírito Santo, para saber quais medidas de segurança devem ser tomadas para que a sua pequena (assim espera-se) festa de Réveillon transcorra com tranquilidade. >
"Queima de fogos é bem diferente de espetáculo pirotécnico, muito comum nas praias e em grandes eventos nesta época do ano. Para eles, é preciso seguir normas bem rigorosas, com a notificação, fiscalização e autorização do Corpo de Bombeiros", adianta, dizendo que, para a queima de fogos caseira, não é necessário ter autorização do órgão.>
"Recomendamos uma série de medidas de segurança, a começar pela escolha por comprar o material explosivo em lojas especializadas e reconhecidas no mercado. Nada de utilizar fogos e rojões caseiros, produzidos por amigos e familiares. A chance de acidentes é muito grande", alerta. >
O mau uso de fogos de artifício e rojões podem casuar não somente queimaduras, mas também a mutilação dos dedos, mãos e rosto, além da possibilidade de provocar incêndios. >
"É preciso dirigir-se imediatamente ao pronto atendimento mais próximo em caso de acidente. Em caso de mutilação, é importante fazer imediatamente o controle de uma provável hemorragia, com um estancamento. Se houver incêndios, é preciso acionar o Corpo de Bombeiros imediatamente." >
De acordo com uma norma estabelecida pelo Ministério do Exército, que rege a indústria e a venda dos fogos de artifício no Brasil, os tipos de explosivos constam na embalagem dos produtos.>
A Classe A (Infantil), pode ser vendida para menores e sua queima é livre (recomendável assistência de adultos); a Classe B (Juvenil), pode ser comercializada para menores, mas a queima é proibida em terraços, portas ou janelas que tenham proximidade com vias públicas (também sob a assistência de adultos); a Classe C (Adulto), tem venda proibida a menores de 18 anos; e a Classe D (Profissionais), o material só pode ser queimado por adultos com licença prévia da autoridade competente. >
Euler Luiz Piazzi Neto afirma ser primordial um maior controle nas vendas por parte dos comerciantes. "São várias classes de fogos de artifício e nem todas as pessoas estão qualificados para usá-las. Algumas só podem ser compradas por profissionais técnicos da área, conhecidos como 'blaster'", informa, dando sugestões para uma compra segura. >
Em setembro deste ano, o Governo do Espírito Santo criou regras mais rígidas para a compra de fogos de artifício. Quem adquirir o explosivo, precisa informar nas lojas que comercializam os produtos para qual finalidade o material será utilizado. >
A Lei 11.150/2020, de autoria do deputado Enivaldo dos Anjos (PSD), também obriga, entre outras medidas, que os estabelecimentos comerciais cadastrarem os clientes, que deverão fornecer uma foto recente, número da identidade e do Cadastro de Pessoa Física (CPF), além de um endereço completo constante em comprovante de residência. Todos esses dados farão parte de um cadastro em que os comerciantes também deverão inserir a quantidade vendida e o motivo apontado pelos consumidores para obter os produtos. >
Em matéria recente, o portal A Gazeta noticiou que Vitória, Serra, Vila Velha, Presidente Kennedy, Anchieta e Guarapari decidiram por não fazer queima de fogos e nem shows musicais neste réveillon. O município de São Mateus informou que não há nada definido para a data, mas que deve seguir as orientações do governo do Estado.>
As prefeituras de Marataízes e Piúma informaram que ainda não definiram eventos do Ano Novo. Nas praias de Itapemirim, os shows foram descartados pela prefeitura, que vai analisar, junto ao governo do Estado, a possibilidade de fazer a queima de fogos de forma segura. >
É importante ressaltar que shows, eventos públicos, boates e festas de grandes proporções continuam impossibilitados de acontecer, de acordo com normas estabelecidas pelo Governo Estadual. >
O capitão do Corpo de Bombeiros do Espírito Santo ouvido por A Gazeta dá dicas para uma queima de fogos segura.>
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