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Resgatando as raízes, Tunico da Vila apresenta 'Fases da Vida' em lives

Resgatando as raízes, Tunico da Vila apresenta "Fases da Vida" em lives

Artista dedicou uma das músicas do novo álbum à filha que morreu poucos dias após o nascimento. Disco traz referências a sambas de matrizes africanas e ao que aprendeu com o pai, que também participa do álbum

Publicado em 26 de abril de 2020 às 11:00

O músico Tunico da Vila
O músico Tunico da Vila Crédito: André Leão

Tunico da Vila está aproveitando a quarentena imposta pela pandemia do novo coronavírus para compor, rearranjar algumas de suas músicas e apresentar ao público.  Além de lançar “Fases da Vida”, álbum que tem releituras de seus sucessos e as últimas novidades, ele entrou na onda das lives pela internet - inclusive, ele realiza uma neste domingo (26), às 19h, em seu Instagram.

Nelas, ele aproveita para apresentar o álbum lançado no início do mês, que traz todas suas referências ao samba. Ele passeia pelo batuque de matrizes africanas, bebe da cadência do samba carioca da Vila Isabel e do que aprendeu com o pai, Martinho da Vila. O disco ainda tem uma pitada especial com “Madalena do Espírito Santo”, faixa cujo nome tinha dado à sua primeira filha com a esposa, a jornalista capixaba Déborah Sathler.

“Comecei a compor em 2018 e fui avançando 2019. No meio disso, teve a morte da minha filha Madalena, e as músicas foram sendo lançadas uma a uma. Primeiro 'Quero, Quero', no segundo semestre de 2019. Depois, de dois em dois meses, fomos soltando videoclipes e singles até chegar ao álbum, agora em abril”, diz, em entrevista ao Divirta-se, sobre a escolha das 12 faixas que compõem o disco.

Algumas canções tiveram participações especiais de colegas da música e inclusive do pai, Martinho da Vila. Péricles, Xande de Pilares e Melanina MC’s são alguns dos nomes que cantaram com o atual morador de Vitória, no Espírito Santo.

"Ofereço um samba contemporâneo, arrojado, mas os batuques estão lá preservados. A raiz negra africana. Acho que o público entendeu isso"

Tunico da Vila

Cantor

Para Tunico, é importante dar continuidade ao trabalho e musicalidade que aprendeu com o pai, um dos bambas mais conhecidos do Brasil no mundo: “Fiz o resgate do samba de partido-alto “Na Beira do Mar”. Tinha que dar continuidade a esse subgênero do samba que se iniciou com meu pai”.

"Minhas influências estão lá no samba que aprendi em Angola, com “Iakalaiá”, dos afro-sambas com “Nos Caminhos de Um Só” e “É Dia de Rede no Mar”, o samba e a batida da Vila Isabel e o partido-alto das rodas de samba em “Cadê Você Cavaquinho?” e “Na Beira do Mar”. As minhas vivências em países africanos, em Vila Isabel e, agora, em Vitória refletem o que sou artisticamente"

Tunico da Vila

Cantor

Até por esse momento de isolamento que os fãs estão vivendo, Tunico espera que a mensagem que ele quer passar com as canções cheguem intactas até o público. “Quero dizer que a vida tem muitas fases, inclusive essa que estamos passando. É tempo de amar, de chorar, de viver, de se resguardar, tudo são fases da vida”, justifica ele, esperando um reencontro pessoal com os admiradores de seu trabalho.

“A sensação é inédita e inimaginável. Gostaria de estar fazendo shows, rezo todos os dias para que achem a cura ou vacina ou algo que nos tire desta situação. Sinto muita falta do contato com a plateia, de abraçar, de trocar, sou fã dos meus fãs”, completa.

MADALENA DO ESPÍRITO SANTO

Tunico, que assume sua espiritualidade para quem quer que pergunte, diz que a religião o ajuda a compreender a morte da filha, em janeiro do ano passado. Madalena do Espírito Santo morreu aos 14 dias de vida após não resistir a uma cirurgia de urgência.

Já mais recuperado, o artista também não exclui a possibilidade de um novo herdeiro com Déborah: “ Um ano do luto passou. Já podemos, sim, pensar em ter uma criança que será muito bem-vinda. E lá do céu eu tenho certeza que Madalena aceitará, pois o ciclo da passagem dela foi cercado de amor. Será uma honra ser pai de mais um filho”.

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