Publicado em 8 de novembro de 2022 às 08:00
O contato com um novo idioma desde os primeiros anos de vida facilita não apenas o aprendizado da língua, mas também promove o desenvolvimento cognitivo dos pequenos. Para aquelas famílias que se preocupam com esse tipo de conhecimento, há na Grande Vitória escolas que estimulam e valorizam esse ensino já a partir da educação infantil. >
Na Escola Americana de Vitória (EAV), por exemplo, as crianças vivenciam grande parte da rotina escolar em inglês já a partir dos 2 anos, ao ingressarem na educação infantil – ou preschool, como é chamada esta etapa da vida escolar nos Estados Unidos.>
Até a alfabetização, a maior parte das aulas é em inglês (os professores são graduados em Pedagogia, é claro, mas todos falam também a língua de Shakespeare). A alfabetização ocorre em inglês e em português. Até o ensino médio, haverá gradativamente um aumento das aulas em português, mas, até lá, por volta de 60% das aulas das diversas disciplinas ainda são realizadas em inglês, seguindo o currículo americano e conforme a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).>
As aulas do idioma não se enquadram como “língua estrangeira”, apenas “língua inglesa” – como o português é ensinado regularmente nas outras escolas – e, portanto, o ensino acaba por ser mais aprofundado. Todos os professores da disciplina são formados em Letras-Inglês.>
>
“O benefício está além de falar bem outra língua. Quanto mais cedo a pessoa começa, melhor, pois a criança tem plasticidade neural. Quanto mais aprendem, mais o cérebro se torna capaz de aprender. Quem é bilíngue costuma ser mais resiliente, mais criativo, aprende melhor outros conteúdos e se expressa melhor também na língua materna”, defende Cristiano Carvalho, diretor geral da EAV.>
No Centro Educacional Viver, a estratégia também é proporcionar a vivência bilíngue desde o período de alfabetização da língua materna. Dessa forma, os estudantes contam com exposição diária a outros idiomas, por meio de músicas, desenhos animados, jogos ou nomes de lugares. >
Diretora pedagógica do Viver há 21 anos, Cândida Pereira ressalta que cabe às instituições de ensino promoverem um espaço altamente estimulante e lúdico, que garanta a máxima absorção do aluno em sua aprendizagem. >
“De maneira leve, natural e lúdica garantimos à criança uma experiência diária e, por conseguinte, maior assimilação da língua. A estratégia é a criança conviver com outro idioma a partir dos projetos já em estudo”, completa a diretora.>
A propósito, a metodologia de projetos também é praticada na EAV. “Toda a aprendizagem ocorre por meio de projetos, executados pelos alunos de forma individual ou em grupo. Ele recebe um projeto, sendo guiado por perguntas, por problemas a serem solucionados, e a construção do conhecimento será a partir da resolução dessa questão. Os alunos trabalham permanentemente em um ambiente colaborativo”, observa Cristiano Carvalho.>
Professora do Departamento de Línguas e Letras da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), atuando no curso de Letras-Inglês e no programa de pós-graduação em Linguística da instituição, Cláudia Kawachi concorda que o contato de crianças pequenas com outros idiomas é válido, para que ocorra a sensibilização linguística. “As crianças são abertas a várias possibilidades de aprendizagem”, destaca.>
Porém, ela adverte que os pais devem ter expectativas realistas quanto às possibilidades do uso do inglês pelos filhos de acordo com a faixa etária e os contextos de uso. Para a professora, deve ser dada preferência ao ensino de idiomas aliado a outras disciplinas, com a língua incluída em um contexto que faça sentido para as crianças, como contação de história, música ou confecção de trabalhos manuais. “O vocabulário pura e simplesmente deve ser evitado”, orienta.>
E para pais e professores que querem incentivar as crianças a aprender um idioma, ela acredita que é importante fazê-los pensar no presente. “Por isso, o assunto abordado em inglês deve fazer sentido para quem aprende, então o ensino deve ser voltado para o agora, para a realidade e as necessidades das crianças”, finaliza. >
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta