Quantos ainda precisam morrer para a BR 101 ser duplicada?

A imprudência dos motoristas também pode ser determinante, são cada vez mais comuns os registros de acidentes em imagens que comprovam isso. Mas a segurança da via pode ser, ao mesmo tempo, uma barreira para os piores cenários

Publicado em 09/03/2023 às 00h31
BR 101
Três pessoas morrem em acidente na BR 101, em São Mateus. Crédito: Leitor | A Gazeta

BR 101, neste verão prestes a chegar ao fim, tem colecionado tragédias. Na última sexta-feira (3), uma família foi desfeita quando um veículo saiu da pista e capotou no km 83, em São Mateus. Morreram pai, mãe e filha de 4 anos. Sobreviveu um  filho, de 9. Perdas dolorosas como as de outro acidente brutal, em janeiro, em Sooretama, quando todos os ocupantes de um veículo (pai, mãe e quatro filhos) morreram na mesma rodovia.

Em fevereiro,  três servidores da Prefeitura de Conceição da Barra morreram em um acidente que foi registrado em imagens. "Com a dupla ultrapassagem, o condutor do automóvel tentou usar o acostamento da contramão, mas perdeu o controle da direção, atingiu o coletivo e capotou", informou a Polícia Rodoviária Federal (PRF) na ocasião. Uma cena de flagrante imprudência.

A pergunta que intitula este editorial vai além desses casos, que chamaram atenção por terem sido verdadeiras carnificinas. Desde o início do ano, outros acidentes mataram motociclistas, pedestres e ocupantes de veículos, o que no somatório dá a dimensão de uma tragédia maior, que se acumula ano após ano. A BR 101, sobretudo em seu trecho norte, é um pedido de socorro. Não por menos, a região na qual a duplicação não conseguiu vingar.

A imprudência dos motoristas não pode ser descartada, são cada vez mais comuns os registros de acidentes que comprovam que as más decisões ao volante podem ser determinantes para colisões e capotamentos. Mas a insegurança da via pode ser, ao mesmo tempo, uma barreira para os piores cenários. 

As decisões sobre o futuro da BR 101 começam a ser tomadas, após a Eco101 ter jogado a toalha sobre a concessão em julho do ano passado. Episódio que mostrou as fragilidades contratuais diante dos desafios ambientais e burocráticos que cercavam o modelo de concessão.  O impasse sobre a Reserva de Sooretama se mostrou intransponível, e continuará sendo uma questão importante com outra concessionária e até mesmo no caso de o governo estadual assumir as obras.

É preciso equalizar os prejuízos ambientais e humanos, com alguma saída que permita a modernização da rodovia federal mais importante do Espírito Santo. Vidas precisam ser salvas com uma BR 101 mais segura, é inconcebível que tanta gente continue morrendo ou se acidentando diuturnamente, sem que se encontre uma solução racional e viável.

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