ES precisa estar preparado para modernizar sua indústria

É evidente que a modernização industrial não ocorrerá sem planejamento estratégico e a devida correção de gargalos que ainda se impõem

Publicado em 08/02/2020 às 04h00
Atualizado em 08/02/2020 às 04h01
Estudo sobre a indústria capixaba desenvolvido pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies) reúne empreendedores, academia e governo com foco no ano de 2035 . Crédito: Freepic
Estudo sobre a indústria capixaba desenvolvido pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies) reúne empreendedores, academia e governo com foco no ano de 2035 . Crédito: Freepic

retração de 1,1% da indústria nacional em 2019, divulgada pelo IBGE, teve entre as suas causas aquela que foi especialmente sensível ao Espírito Santo: o abalo provocado no setor extrativista pela tragédia da Vale em Brumadinho, em Minas Gerais. Das muitas lições possíveis, ganha destaque a urgência na diversificação do setor produtivo, para minimizar a dependência de uma cadeia hegemônica. 

E, nesse sentido, é preciso se preparar para as novas dinâmicas que se impõem com as transformações tecnológicas. É um planejamento que não permite adiamentos, diante das mudanças que já vêm se materializando em escala mundial.

A Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) se posiciona diante desses desafios com a formação de um grupo multidisciplinar que já começa a pavimentar a estrada para um setor produtivo mais funcional.

O estudo desenvolvido pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies) reúne empreendedores, academia e governo com foco no ano de 2035, quando se completam 500 anos de colonização do solo espírito-santense, conectando assim passado, presente e futuro.

Este jornal, em um compromisso com o desenvolvimento local que acompanha a sua própria história, vem publicando em agazeta.com.br uma série de matérias com os trabalhos já realizados e os que ainda serão produzidos em um prazo de dois anos para 17 setores industriais, que vão dos tradicionais aos potenciais para o Estado.

É evidente que a modernização industrial não ocorrerá sem planejamento estratégico e a devida correção de gargalos que ainda se impõem, principalmente relacionados à qualificação de mão de obra e à infraestrutura.

Por mais que ainda dependa de superações conjunturais, com as reformas que tornem os ambientes de negócios mais atraentes e simplificados, é necessário concomitantemente abandonar o compasso de espera que marcou a segunda metade da década, em função da crise econômica que se abateu sobre o país.

É importante que se pense no futuro com comprometimento e se avalie o presente com a estrutura que já se encontra à disposição. Quando há um aprofundamento, superam-se até mesmo certos vieses que não coincidem com a realidade.

Nos estudos do Ideies para o setor de Biotecnologia, por exemplo, houve uma surpresa com o dinamismo dessa indústria no Estado, não somente no nível empresarial, mas também no acadêmico. Já o setor de Petróleo e Gás, a menina dos olhos da economia capixaba, encontra-se com subaproveitamento de linhas de pesquisa, um revés para os avanços tecnológicos na área.

E tão importante quanto esse check-up interno é olhar para fora, analisando o contexto de transformação industrial em todo o mundo. Sem competitividade, a produção industrial ainda engatinhará, sem conseguir se erguer com a pujança que se espera.

A Indústria 4.0 já deixou há tempos de ocupar o campo da ficção científica, e seus processos de automação trarão desafios também para o emprego. Uma gestão antenada, que enxergue esses obstáculos como oportunidades para o crescimento, pode fazer a diferença. 

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