Publicado em 29 de janeiro de 2020 às 11:16
O setor das indústrias de madeira e móveis no Espírito Santo é um dos que tem ótima perspectiva de crescimento para os próximos anos. Os produtos capixabas já são comercializados em grandes centros, como São Paulo, Rio de Janeiro, e Belo Horizonte. Até 2035, a perspectiva é de que se torne um dos maiores produtores de móveis do Brasil. >
Os últimos dados do setor apontam que os capixabas estão na 6ª posição do ranking nacional. Mas com investimentos sendo feitos nas áreas certas e com a atração de filiais de empresas localizadas em outros Estados, o Espírito Santo pode chegar a ser o segundo ou terceiro polo moveleiro do Brasil. É sobre este setor a terceira matéria da série que fala a respeito os setores industriais do Espírito Santo e as rotas de desenvolvimento traçadas pela Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), governo do Estado e academia, para estimular o crescimento dessas áreas.>
Quem faz a projeção otimista é Luis Soares Cordeiro, presidente do Conselho Administrativo da Placas do Brasil - empresa que se instalou no Espírito Santo no fim de 2018 e vende placas de MDF, essenciais para a fabricação de móveis.>
O setor moveleiro está muito bem equacionado aqui no Estado. Acredito que no menor aumento de demanda a gente vai ver este setor crescer. O Espírito Santo já tem uma grande tradição na fabricação de móveis e ficou ainda mais competitivo com o aumento da oferta de placas de MDF, avaliou Cordeiro.>
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Tal aumento da demanda pode chegar com a recuperação da construção civil, que se recupera da pior crise da história no Espírito Santo. A retomada nos dois setores anda de mãos dadas, já que havendo novos imóveis entregues serão necessários móveis para preencher os ambientes. >
Outro ponto a favor do Estado, na avaliação de Cordeiro, é a localização geográfica, que facilita o envio dos produtos para as regiões Nordeste e Sudeste. Pense em uma empresa do Rio Grande do Sul, principal polo moveleiro do Brasil. Quando ela vende para o Norte ou Nordeste são cinco mil quilômetros de estradas para enviar o produto. Aqui, a gente já está na metade do caminho, destacou.>
A atração de empresas já estabelecidas em outras regiões do país deve ser, segundo Cordeiro, a principal ação a ser tomada. Muitas empresas do Sul do Brasil já estão com sua capacidade produtiva no limite. Devemos atrair essas empresas para o Espírito Santo porque aqui temos benefícios da Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste), tem mão-de-obra, tem a questão logística e tem matéria-prima, destaca.>
Condições para abastecer essas empresas nós temos. Nossa capacidade instalada na fábrica é para produzir 30 mil m³ e metade disso é o que o Espírito Santo tem demandado - isso é um volume bem significativo. Já o nosso excedente vai é vendido para alguns locais do Nordeste, acrescenta Cordeiro.>
Quem vê as projeções otimistas para o setor de madeira e móveis pode não imagina que nos últimos anos ele vinha perdendo sua força. Segundo Luis Soares Cordeiro, as margens dos empresários estavam reduzidas. >
A gente estava precisando trazer matéria-prima de fora. Isso aumenta o custo da produção e diminui a margem de lucro. Desde 2013, com o consumo baixo e a queda na construção civil a indústria moveleira sofreu demais, recorda. Mas, agora, é hora de virar a chave. >
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