O café capixaba acabou de ser premiado com glórias em um dos principais concursos do país, o Coffee of the Year (COY) 2025. E dá para dizer que foi de lavada: dos 15 melhores cafés escolhidos, 11 foram do Espírito Santo. Tanto nas categorias arábica quanto conilon.
É mais uma vitória que incrementa a visibilidade da produção local, contribuindo para torná-la ainda mais competitiva. A aprovação de especialistas é indiscutivelmente um diferencial, tornando o café capixaba um objeto de desejo para os consumidores mais exigentes.
Especificamente no caso do conilon, que domina a produção capixaba, os espaços no comércio internacional vêm sendo conquistados não somente com senso de oportunidade — em 2024, as quebras de safra na Ásia e a alta do preço ajudaram a fazer as exportações chegarem a US$ 2 bilhões, uma expansão de 119% —, mas pela modernização da produção, com pesquisa e inovação. Firmou-se assim um padrão de qualidade que ajuda a sustentar as vendas.
E esse conilon capixaba, a maior produção do país, também é matéria-prima predominante na produção da Nescafé: entre 80% e 90% do insumo do café solúvel da marca vem do Espírito Santo. A empresa afirma que constrói uma relação com os produtores capixabas baseada no desenvolvimento sustentável. E essas práticas são de fato um diferencial competitivo, não existe mais a possibilidade de se dar as costas para as questões ambientais. Terra degradada não produz.
Tanto que um capixaba está na COP30, em Belém, para representar mais de 200 mil cafeicultores de dez países da América Latina e do Caribe. O presidente da Cooperativa dos Cafeicultores do Sul do Estado do Espírito Santo (Cafesul), Carlos Renato Alvarenga Theodoro, vai tratar de tudo o que pode ser efetivamente realizado, de forma organizada e sistemática, para conter os impactos das mudanças climáticas nas lavouras. Economia e sustentabiidade, mais uma vez, se mostram inseparáveis.
Os produtores locais, de acordo com a coluna de Abdo Filho, estão olhando com otimismo para as exportações em 2026 justamente pela aceitação do conilon capixaba no mercado internacional. Prestígio não é algo que se compra, precisa ser conquistado, e os produtores capixabas trabalham muito para isso. Mas também dependem de uma infraestrutura portuária eficiente para continuar escoando a produção com sucesso.
LEIA MAIS EDITORIAIS
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.