É uma regra simples que não tem erro: quem cuida tem, quem descuida perde. A manutenção de estruturas onde circulam milhares de pessoas todos os dias é essencial para garantir a segurança delas, e não é novidade para ninguém que tragédias podem ser evitadas quando se dá a devida atenção aos sinais.
Ora, não é de hoje que usuários do Terminal de Jardim América, em Cariacica, se questionam sobre a razão de tapumes terem sido instalados nos pilares da estrutura. Não foi ontem nem anteontem, mas sim em 2018, quando a TV Gazeta esteve no local após muitas pessoas se sentirem incomodadas ao encontrarem as pilastras cercadas e visualizarem danos na estrutura. À época, a Companhia Estadual de Transportes Coletivos de Passageiros (Ceturb-ES) informou que o teto do terminal passava por uma obra de impermeabilização e não havia risco à população.
Em março deste ano, novamente houve manifestações de passageiros após a recolocação de tapumes. E, de acordo com a Ceturb, as infiltrações eram mais uma vez a razão de isolamento das pilastras. O Departamento de Edificações e Rodovias do Espírito Santo (DER-ES), responsável pela execução das obras, só respondeu à reportagem em setembro passado informando que uma empresa havia sido contratada para recuperar a estrutura de concreto das vigas e calhas do terminal, mas o contrato havia sido encerrado. Uma nova empresa estava sendo analisada para finalizar a obra.
Na semana passada, uma vistoria do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES) constatou infiltrações, trincas, fissuras, pontos de corrosão e falhas nas instalações elétricas no terminal, com a recomendação de manutenções definitivas para que os tapumes possam ser removidos. Ou seja, é hora de uma solução definitiva.
A preocupação de quem transita pelo local tem razão de ser: vale lembrar dos problemas estruturais enfrentados desde a última década pelo Terminal de Itaparica, em Vila Velha, que em junho de 2013 sofreu o desabamento de parte da cobertura durante um vendaval. A estrutura foi tão afetada que, em 2018, o terminal precisou ser reconstruído. Mesmo após a reinauguração, em 2021, a nova estrutura, com cobertura de lona, sofreu com quatro episódios em que a membrana de proteção não suportou a força dos temporais.
Prevenir é sempre menos custoso do que remediar. A segurança de quem usa o Sistema Transcol deve ser a prioridade, e quem passa pelo Terminal de Jardim América já faz um tempo que se preocupa com o que vê por lá. Soluções paliativas não são suficientes quando a vida de tantas pessoas pode estar em risco.
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