A distância entre dois pontos é sempre mais longa na BR 262

Dá até para repetir o que foi dito recentemente neste espaço sobre os editoriais já feitos com cobranças para a BR 101: desde 2018, foram 30 textos sobre a BR 262, a maior parte deles com demandas sobre a duplicação da via

Publicado em 17/07/2025 às 01h00
Rodovia BR 262 em Viana
Rodovia BR 262 em Viana. Crédito: Fernando Madeira

Pode parecer, mas o título deste editorial não diz respeito às características geográficas e geológicas da região do Espírito Santo atravessada pela BR 262 que a tornam sinuosa e, consequentemente, perigosa em muitos trechos. A distância mais curta entre dois pontos é a reta, e na BR 262 as curvas são bem mais marcantes. Mas aqui essa distância diz respeito mesmo à demora que cerca o início da modernização da via.

Dá até para repetir o que foi dito recentemente neste espaço sobre os editoriais já feitos com cobranças para a BR 101: desde 2018, foram 30 textos sobre a BR 262, a maior parte deles com demandas sobre a duplicação da via. Diferentemente da 101 que, apesar dos problemas de concessão desde 2014, ao menos teve 117 quilômetros duplicados, a 262 viu os anos passarem sem avanços.

Dos leilões fracassados ao anúncio no ano passado de que R$ 2,3 bilhões do Acordo de Mariana seriam destinados às obras, muito foi falado e pouco foi efetivamente feito.

A última notícia é a de que o edital de licitação, aguardado para este ano, foi mais uma vez adiado. A previsão do Ministério dos Transportes e do governo estadual agora é abrir o processo no início de 2026. Fica uma sensação de déjà vu, como na última tentativa de concessão da rodovia, que teve adiamentos recorrentes do leilão em 2021 até o cancelamento em 2022.

Os novos planos para a BR 262 não são privados, o início das obras será parcialmente financiado com recursos do Acordo de Mariana e o restante deve vir de emendas parlamentares. Em 2023, no primeiro ano deste terceiro mandato de Lula, a BR 262 chegou a ser colocada nas prioridades dos cem primeiros dias de governo. Uma prioridade que se perdeu em alguma curva.

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