
Pode parecer, mas o título deste editorial não diz respeito às características geográficas e geológicas da região do Espírito Santo atravessada pela BR 262 que a tornam sinuosa e, consequentemente, perigosa em muitos trechos. A distância mais curta entre dois pontos é a reta, e na BR 262 as curvas são bem mais marcantes. Mas aqui essa distância diz respeito mesmo à demora que cerca o início da modernização da via.
Dá até para repetir o que foi dito recentemente neste espaço sobre os editoriais já feitos com cobranças para a BR 101: desde 2018, foram 30 textos sobre a BR 262, a maior parte deles com demandas sobre a duplicação da via. Diferentemente da 101 que, apesar dos problemas de concessão desde 2014, ao menos teve 117 quilômetros duplicados, a 262 viu os anos passarem sem avanços.
Dos leilões fracassados ao anúncio no ano passado de que R$ 2,3 bilhões do Acordo de Mariana seriam destinados às obras, muito foi falado e pouco foi efetivamente feito.
A última notícia é a de que o edital de licitação, aguardado para este ano, foi mais uma vez adiado. A previsão do Ministério dos Transportes e do governo estadual agora é abrir o processo no início de 2026. Fica uma sensação de déjà vu, como na última tentativa de concessão da rodovia, que teve adiamentos recorrentes do leilão em 2021 até o cancelamento em 2022.
Os novos planos para a BR 262 não são privados, o início das obras será parcialmente financiado com recursos do Acordo de Mariana e o restante deve vir de emendas parlamentares. Em 2023, no primeiro ano deste terceiro mandato de Lula, a BR 262 chegou a ser colocada nas prioridades dos cem primeiros dias de governo. Uma prioridade que se perdeu em alguma curva.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.