Publicado em 4 de março de 2025 às 13:43
Canadá e China anunciaram medidas de retaliação em resposta às tarifas anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que entram em vigor a partir desta terça-feira (4). As sanções comerciais são de 20% e 25%, respectivamente, aos produtos chineses e canadenses importados aos Estados Unidos>
O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, afirmou, segunda-feira (3), que "nada justifica essas medidas" de Washington. "Se as tarifas dos Estados Unidos entrarem em vigor, o Canadá responderá a partir da meia-noite aplicando taxas de 25% sobre US$ 155 bilhões em bens norte-americanos", completou Trudeau em comunicado.>
O Canadá, o México e a China respondem por mais de 40% das importações dos EUA. As tarifas ameaçadas por Trump superariam todas as medidas comerciais adotadas anteriormente, elevando a média das taxas tarifárias dos EUA "a níveis não vistos desde a década de 1940", disse Chad Bown, membro sênior do Peterson Institute for International Economics, ao The New York Times.>
Trump assinou, na segunda (3), uma ordem executiva que aumenta de 10% para 20% as tarifas sobre os produtos chineses que entram nos Estados Unidos. Ele afirma que Pequim não está fazendo o suficiente contra o tráfico de fentanil.>
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Essas tarifas, anunciadas em 1º de fevereiro como parte da luta contra a crise dos opioides, entram em vigor devido à "incapacidade" da China de "combater a inundação de fentanil" que entra nos Estados Unidos, de acordo com uma mensagem publicada na rede social X pela Casa Branca. Ainda na segunda, um porta-voz do Ministério do Comércio chinês disse que o país tomaria medidas de represália.>
Nesta terça (4), a China anunciou que vai impor tarifas adicionais de 10% e 15% sobre várias importações alimentícias dos Estados Unidos, como soja, trigo e frango, em resposta às novas sanções impostas por Washington sobre produtos chineses. Além disso, tarifas extras de 10% serão aplicadas sobre o sorgo, soja, carne suína, carne bovina, produtos aquáticos, frutas, vegetais e laticínios.>
De todos os setores que dependem do comércio americano, a fabricação de automóveis pode sofrer o maior impacto. O Canadá e o México respondem por quase metade das importações e exportações de automóveis dos EUA, e por uma parcela ainda maior do comércio de carrocerias e peças de veículos automotores.>
As montadoras argumentaram que as peças e os veículos isentos de acordo com o atual tratado de livre comércio devem continuar a cruzar as fronteiras sem impostos.>
"Nossas montadoras americanas, que investiram bilhões nos EUA para atender a esses requisitos, não devem ter sua competitividade prejudicada por tarifas que aumentarão o custo de construção de veículos nos Estados Unidos e impedirão o investimento na força de trabalho americana", disse Matt Blunt ao The New York Times. Blunt é presidente do American Automotive Policy Council, que representa a General Motors, a Ford Motor e a Stellantis.>
As montadoras fizeram uma petição à Casa Branca argumentando a favor dessa isenção, mas pessoas familiarizadas com as deliberações dizem que o presidente não pareceu receptivo à ideia. (Com agências internacionais).>
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