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AIE prevê queda recorde da demanda global por petróleo em 2020

AIE prevê queda recorde da demanda global por petróleo em 2020

A AIE prevê que a economia global irá sofrer contração de 4,8% este ano

Publicado em 15 de abril de 2020 às 07:26

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FPSO Espírito Santo, da Shell, que atua na produção de petróleo no Parque das Conchas, no Espírito Santo
FPSO Espírito Santo, da Shell, que atua na produção de petróleo no Parque das Conchas, no Espírito Santo. (Acervo Shell)

A demanda global por petróleo vai cair em ritmo recorde neste ano, uma vez que medidas de bloqueio impostas por governos do mundo inteiro para conter a disseminação do coronavírus "praticamente paralisaram a mobilidade", segundo a Agência Internacional de Energia (AIE).

Em relatório mensal publicado nesta quarta-feira (15), a AIE prevê que a demanda mundial pela commodity irá diminuir em média 9,3 milhões de barris por dia (bpd) em 2020 - queda inédita -, enquanto a demanda apenas em abril recuará 29 milhões de bpd, atingindo os menores níveis desde 1995.

"A economia global está sob pressão de formas que não são vistas desde a Grande Depressão...empresas estão falindo e o desemprego está disparando", disse a AIE, acrescentando que medidas de confinamento motivadas pela covid-19 levaram "as atividades do setor de transporte a recuar de forma dramática em quase toda parte".

A AIE prevê que a economia global irá sofrer contração de 4,8% este ano.

O relatório veio dias depois de a Opep+ - formada pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados que incluem a Rússia - fechar um acordo histórico para reduzir sua produção, de forma a mitigar os efeitos adversos do coronavírus na demanda global. O acordo prevê um corte de 9,7 milhões de bpd na oferta do grupo nos próximos dois meses.

De qualquer forma, os preços do petróleo vêm caindo desde que o acordo foi anunciado, no fim de semana, uma vez que bilhões de pessoas continuam em isolamento por tempo indeterminado.

"Não há um acordo viável que possa cortar a oferta o suficiente para compensar as perdas de demanda no curto prazo", afirmou a AIE. Mesmo depois de abril, a agência prevê que a demanda cairá 26 milhões de bpd em maio e 15 milhões de bpd em junho, em relação aos mesmos meses do ano passado. Para o segundo trimestre, a previsão da AIE é de redução anual na demanda de 23,1 milhões de bpd.

No documento, a AIE também ponderou que medidas tomadas pela Opep+ e também pelo G20 "não irão reequilibrar os mercados de imediato", mas reduzirão o pico de oferta e "ajudarão um sistema complexo a absorver o pior dessa crise, cujas consequências para o mercado de petróleo permanecem muito incertas no curto prazo".

A produção da Arábia Saudita, líder informal da Opep, somou 10,15 milhões de bpd em março e deve crescer para 12 milhões de bpd em abril, diz a AIE.

A agência também estima que a queda na produção fora da Opep poderá alcançar 2,3 milhões de bpd em 2020 e que os estoques da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE) garantem hoje a cobertura da demanda por 79,2 dias. 

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