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Jovens no ES usam dinheiro do estágio para ajudar nas contas de casa

Jovens no ES usam dinheiro do estágio para ajudar nas contas de casa

Estudo do CIEE mostra que mais de 60% dos alunos do ensino médio que fazem estágio usam a bolsa-auxílio para ajudar a família nas despesas domésticas

Publicado em 11 de setembro de 2023 às 12:12

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Ana Júlia Ribeiro Rocha, de 18 anos, estagiária da Ceturb
Ana Júlia Ribeiro Rocha, de 18 anos, é estagiária na área de protocolo da Ceturb. (Acervo pessoal)

Mais de 60% dos alunos do ensino médio que fazem estágio usam a bolsa-auxílio para ajudar a família com as despesas domésticas. O resultado faz parte de uma pesquisa, divulgada pelo Centro de Integração Empresa-Escola no Espírito Santo (Ciee-ES), com estudantes de 16 a 18 anos.

Uma das alunas que ajuda a família a pagar as contas da casa é Ana Júlia Ribeiro Rocha, 18 anos. Ela começou como adolescente aprendiz no setor jurídico e, desde maio, é estagiária na área de protocolo da Companhia Estadual de Transportes Coletivos de Passageiros do Espírito Santo (Ceturb-ES).

"Além do estágio, também frequento o pré-vestibular e pretendo fazer faculdade de Direito. Esta é uma ótima experiência pessoal e profissional. Quando necessário, ajudo a minha mãe com o pagamento das contas", comenta.

Ketleen da Silva Gomes, de 16 anos, entrega parte da bolsa estágio para a família e usa o restante do dinheiro para comprar coisas para ela.

“Ajudo em casa no que é preciso e o resto fica para mim. Estava procurando um estágio e decidi fazer o cadastro no site do CIEE. Pretendo fazer faculdade no futuro, mas ainda não escolhi o curso”, relata.

Sobre a pesquisa

O superintendente executivo do CIEE-ES, Jossyl Nader, ressalta que os resultados demonstram a importância do estágio como uma oportunidade de desenvolvimento profissional para os estudantes. E destaca que a bolsa recebida pelos jovens também desempenha um papel importante no contexto socioeconômico das famílias.

“A pesquisa demonstra que o estágio de ensino médio com bolsa de auxílio não beneficia apenas os estudantes individualmente, mas também impacta com segurança as famílias, ajudando-as a enfrentar dificuldades financeiras e proporcionando uma maior estabilidade econômica”, observa.

O levantamento mostrou ainda que, no aspecto profissional, os estudantes apontaram que o estágio contribui para aumentar a experiência e o conhecimento, além de contribuir para o futuro ingresso no mercado de trabalho. Esses foram os itens mais votados, conforme dados do estudo.

Os estagiários de nível médio atuam no suporte a atividades na área administrativa, informática, entre outros segmentos. A Lei de Estágio 11.788/08 determina que para estagiar é preciso estar regularmente matriculado, com frequência regular. A instituição de ensino deve estar plenamente atendendo aos requisitos da legislação, principalmente o projeto pedagógico da escola.

Nader lembra que, dentro da realidade brasileira, o estágio oferece uma oportunidade ímpar de iniciar no mundo do trabalho sob o amparo de uma lei que garante direito à bolsa e recesso remunerado.

“É importante destacar ainda que o estágio não deve ser visto apenas como uma fonte de renda, mas também como uma oportunidade de aprendizado e crescimento profissional. A bolsa auxílio é uma forma de valorizar o trabalho realizado pelos estudantes e considerar sua contribuição para a empresa ou instituição em que estão estagiando”, afirma Nader.

Dados da pesquisa

  • 85% dos estagiários têm entre 16 e 18 anos;
  • 91% são estudantes de ensino médio;
  • 30% têm renda familiar de até um salário mínimo e meio (R$ 1.980);
  • 63% ajudam no sustento da família.

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