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Polícia Federal e Gaeco flagram queima de drogas em manilha no ES

Fato ocorreu no Departamento Especializado de Narcóticos quando foram cumprir mandado de busca e apreensão; operação prendeu policial civil

Vitória
Publicado em 13/11/2025 às 03h30
Queima drogas
A descrição do local aponta que havia ainda vestígios de aparelhos telefônicos, balança de precisão e até de um simulacro de arma de fogo, tudo queimado. Crédito: Arte - Camilly Napoleão com Adobe Firefly

Em duas manilhas empilhadas no pátio do Departamento Especializado de Narcóticos da Polícia Civil (Denarc), localizado na Serra, foram encontrados em meio a cinzas e a fumaça, restos de pinos de drogas.

A descrição do local aponta que havia ainda vestígios de aparelhos telefônicos, balança de precisão e até de um simulacro de arma de fogo, tudo queimado.

As imagens (abaixo) revelam que a destruição do material era realizada em espaço próximo aos carros apreendidos.

O descarte foi localizado por equipes da Polícia Federal e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público (MPES), durante cumprimento de mandado de busca e apreensão da Operação Turquia, autorizado pela Justiça estadual. Uma parte do material queimado foi apreendida e encaminhada para a perícia.

Realizada no último dia 7, a operação resultou na prisão de um policial civil e no afastamento de outros dois de suas funções. Eles são suspeitos de desviar drogas apreendidas para traficantes que atuam na Ilha do Príncipe, em Vitória. Um outro servidor público também foi detido.

Não há informações sobre o que motivou a queima dos produtos no pátio. Segundo a Lei de Drogas (11.343/2006), a destruição deve ser feita por incineração, na presença do MP e da autoridade policial. Semelhante ao que ocorreu em julho deste ano, quando o próprio Denarc incinerou 4,7 toneladas de entorpecentes variados no forno de uma empresa.

O que diz a PC

Por nota, a Polícia Civil informou que as diligências envolvendo a Operação Turquia foram acompanhadas pela Corregedoria-Geral em todas as etapas das buscas e apreensões. E que o objetivo foi subsidiar a abertura de Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD).

Acrescenta que todas as destruições e incinerações são autorizadas pela Justiça nos casos de objetos que não são mais de interesse para o processo judicial.

É o que acontece com as armas de fogo, destruídas pelo Exército Brasileiro, e as drogas apreendidas incineradas pelo Denarc, com acompanhamento ainda do MP. Relata  que o trabalho é executado de acordo com a normatização da polícia, seguindo a legislação vigente.

O mesmo destino tem os objetos e materiais considerados inservíveis, que também são destruídos pelo departamento.

O esquema

As investigações que resultaram na Operação Turquia tiveram início a partir da prisão em flagrante de um dos principais líderes do tráfico de drogas na Ilha do Príncipe, em Vitória, ocorrida em fevereiro de 2024.

Com a continuidade das apurações foram obtidos indícios de que esta liderança criminosa mantinha contato com três policiais do Departamento Especializado de Narcóticos (Denarc). Os três foram afastados de suas funções e um deles preso.

Segundo o MP, parte das drogas apreendidas em ações oficiais estariam sendo desviada para a própria organização criminosa. O esquema funcionava assim: uma fração do entorpecente não era registrada nos boletins de ocorrência e acabava sendo repassada a intermediários indicados pelo grupo. 

O próprio nome da operação, “Turquia”, faz referência ao codinome “Turco”, utilizado pelo líder criminoso para se referir a um dos policiais investigados. 

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