Luan Gomes Faria, o Kamu, foi condenado a uma pena de 69 anos e oito meses de reclusão pelo assassinato de uma adolescente de 15 anos, por tripla tentativa de homicídio e por corrupção de menor, já que um dos envolvidos era um adolescente. Conhecido como um dos “Irmãos Vera” — assim denominados em referência à mãe —, ele é apontado como uma das principais lideranças da facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP).
Pelo mesmo crime, o irmão de Kamu, Bruno Gomes Faria, conhecido como “Bruno Vera ou Nono”, também foi condenado em agosto do ano passado. Ele recebeu uma pena de 69 anos e 6 meses de prisão, a ser cumprido em regime fechado. Ele está foragido no Rio de Janeiro. Um segundo acusado, Pierre Moreira Martins de Paulo foi absolvido das acusações.
O júri foi realizado nesta quarta-feira (11), no Salão do Júri do Fórum Criminal de Vitória. Após a leitura da sentença ele retornaria para a Penitenciária de Segurança Máxima 2 (PSMA 2), onde está detido desde o final do ano de 2023.
Por nota, o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) informou que atuou para demonstrar que não compactua com a criminalidade. “Crimes dessa natureza, sobretudo pela morte de uma jovem inocente de 15 anos de idade, merecem uma reprimenda severa e justa. O MP entende que a condenação observou o que fora produzido no processo, sendo feita a Justiça”.
O crime
O caso aconteceu no bairro Santa Martha, na região de Andorinhas, em Vitória, no dia 17 de dezembro de 2017. De acordo com denúncia do Ministério Público do Espírito Santo (MPES), quatro criminosos, dois deles armados, realizaram um ataque, que teria sido ordenado pelos irmãos.
Na ocasião, uma adolescente de 15 anos foi atingida e morreu. Outras três pessoas que estavam na mesma residência ficaram feridas e uma delas seria de um grupo de tráfico rival.
Adiamento
O julgamento de Luan chegou a ser agendado, mas no final de fevereiro deste ano, ele e o irmão, Gabriel Gomes Faria, o Buti, sofreram um ataque, na Penitenciária de Segurança Máxima 2 (PSMA 2) onde estão detidos. Além dos dois, outros quatro detentos foram feridos e conduzidos a hospitais da Grande Vitória.
A confusão ocorreu em um momento do banho de sol e envolveu cerca de 20 presos. Alguns do TCP, como Kamu e Buti, e outros da facção criminosa rival, o Primeiro Comando de Vitória (PCV).
Parte da revolta dos faccionados do PCV seria contra o avanço dos Vera em relação a algumas de suas bocas de fumo. Também pesou as informações recebidas sobre as extorsões contra comerciantes, empresários e moradores. E que estariam inclusive atingindo áreas sob influência do PCV. Uma prática por eles repudiada e que vinha sendo adotada pelos rivais.
O grupo é acusado de coagir empresários comerciantes a pagar quantias elevadas para continuar operando em comunidades sob influência do TCP, oferecendo seus serviços, como de internet. Há quem chegou a pagar até R$ 15 mil por mês.
Em janeiro deste ano de uma operação da Polícia Civil, denominada Conexão Perdida, foi realizada no Espírito Santo e no Rio de Janeiro, com foco no combate a este tipo de extorsão.
Luan foi preso em novembro de 2023, em uma operação da Polícia Civil. Estava escondido no bairro Nova Palestina, em Vitória. Foragido, ele havia chegado uma semana antes ao bairro, na intenção de recolher dinheiro do tráfico.
Leonardo Gagno, advogado de defesa de Luan, informou que irá recorrer contra a sentença.
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