Avaliação do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) aponta que o Espírito Santo caminha para encerrar o ano com uma nova queda histórica de mortes violentas, com menos de 800 casos.
A marca pode ser alcançada se for mantido o cenário de redução de 10,8% no número de homicídios dolosos — quando há intenção de matar — e de feminicídios, registrado de janeiro até setembro.
No ano passado, no período citado, 646 pessoas perderam a vida de forma violenta. Este ano foram 576, um total de 70 casos a menos.
Os cálculos levam em consideração os registros atuais, sem a ocorrência de fato atípico, pontua o diretor-geral do Instituto, Pablo Lira.
“Se essa redução for mantida até o final do ano, o Estado fechará o ano com 762 casos. Ou seja, pode finalizar o ano, pela primeira vez, com menos de 800 casos nos últimos 29 anos. Uma forte evidência que segue no caminho da redução da violência”, assinalou.
A segurança pública é um dos temas a ser abordado pelo governador Renato Casagrande no final da manhã deste sábado (18), em sua palestra de encerramento da 20ª edição do Pedra Azul Summit 2025, encontro realizado pela Rede Gazeta.
Taxa de mortalidade menor no Espírito Santo
A redução das mortes violentas impacta diretamente em outro dado estatístico, a taxa de mortalidade, um medidor que dá uma noção mais clara do cenário por levar em consideração a população.
“No caso do Espírito Santo, com 4.126.854 habitantes, confirmados os 762 casos no ano, a taxa ficará em 18 homicídios por 100 mil habitantes, a menor em toda a série histórica”, explicou Pablo, lembrando que em 2024 ela foi de 20 por 100 mil habitantes.
A maior taxa foi registrada em 2009: 58 homicídios por 100 mil habitantes. Naquele ano, 2034 pessoas tiveram as suas histórias encerradas com brutalidade.
Vidas poupadas no ES
Desde a pandemia (2020), o Estado vem apresentando uma sequência de anos com redução das mortes violentas.
- 2020 - 1.107
- 2021 - 1.060
- 2022 - 1.007
- 2023 - 977
- 2024 - 854
- 2025 (até setembro) - 576
Pablo atribui a queda dos indicadores ao Programa Estado Presente, com ações de enfrentamento à violência urbana que integram todos os poderes.
“É uma política pública organizada em eixos de repressão qualificada e prevenção social à criminalidade violenta, focando na proteção de grupos de risco, como jovens negros do sexo masculino, e em territórios com altos índices de assassinatos”, pontua.
Estudo realizado pelo Instituto Jones, com avaliação das políticas públicas adotadas entre entre os anos de 2019 e 2022, indica que podem ter sido evitadas até 1.600 mortes violentas.
Foram estimados os impactos da política nos dez municípios prioritários do programa — Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica, Guarapari, Linhares, São Mateus, Colatina, Cachoeiro e Aracruz —, que concentravam 74% dos homicídios do estado em 2018.
“Os dados apresentados neste estudo demonstram o impacto real de uma iniciativa capaz de salvar vidas e reduzir significativamente a violência letal no Espírito Santo”, pontua Lira, coautor do estudo em parceria com o coordenador da pesquisa, Sérgio Krakowiak.
O estudo vem sendo apresentado em congressos e em agosto foi selecionado para uma conferência em Paris, na França.
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