A concessão de melhorias salariais aos delegados da Polícia Civil, aprovada nesta terça-feira (7) na Assembleia Legislativa, acendeu um alerta entre os oficiais da Polícia Militar. O principal argumento é de que a medida põe fim a uma espécie de simetria salarial entre as corporações.
A nova lei foi encaminhada para sanção do governador Renato Casagrande. Ela estabelece uma variação de 15% concedida em três etapas: outubro e dezembro deste ano e outra parcela em dezembro do próximo ano. Ao final, o salário mais alto chegará a R$ 36.527,95.
Segundo a Secretaria de Estado de Gestão e Recursos Humanos (Seger), o objetivo foi ajustar os percentuais de promoção na tabela de subsídio dos delegados de polícia, “de forma a alinhá-los aos percentuais já aplicados às demais carreiras da Polícia Civil”.
Insatisfação
Antes mesmo da aprovação da nova lei, o oficialato já tinha manifestado o seu “descontentamento e insatisfação” nas redes sociais, em nota divulgada pela Associação dos Oficiais Militares do Espírito Santo (Assomes - Clube dos Oficiais).
No texto afirmam que a concessão de reajustes salariais exclusivos rompe com a “simetria que deve nortear o tratamento entre as carreiras”.
A remuneração mais alta de um coronel da Polícia Militar é de R$ 31.968,48.
À coluna o coronel José Augusto Picoli de Almeida, presidente da Assomes, informou que o assunto será tratado em assembleia dos oficiais na próxima semana.
“Não somos contra benefícios concedidos a qualquer categoria, e foi mérito dos delegados. Mas a nova lei provocou uma cisão entre as instituições e o clima é de desrespeito com os oficiais. E vale destacar que temos nos dedicado intensamente à melhoria dos indicadores da segurança pública”, pontua.
Segundo a Seger, não há previsão de projetos com o mesmo teor para outras categorias. Acrescentou que o governo do Estado vem adotando medidas de valorização conjunta dos servidores da segurança pública.
Cita como exemplo, em nota, os reajustes de 4% concedidos em 2023 e 2024, e que também serão aplicados em dezembro de 2025 e 2026, contemplando profissionais da Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Científica e demais carreiras da Segurança.
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