Era por volta das 20 horas quando o jovem de 18 anos, Maiky Ferreira dos Santos Pereira, foi surpreendido por quatro traficantes rivais em seu local de trabalho, uma barbearia em Nova Palestina, Vitória. Ele foi assassinado, em 9 de fevereiro de 2021, por disparos de arma de fogo.
Denúncia à Justiça do Espírito Santo relata que o ataque, que tinha o objetivo de garantir a hegemonia da comercialização de drogas na região, foi determinado por Fernando Moraes Pereira Pimenta, o Marujo. Pelo crime, ele enfrentará o Tribunal do Júri de Vitória no próximo dia 17, a partir das 9 horas.
Desta vez Marujo sentará no banco dos réus, considerando que o julgamento realizado em agosto de 2023 em que foi condenado a 51 anos de prisão, foi realizado sem a sua presença. Na ocasião ele estava foragido e só foi detido em março de 2024. Era a única liderança da facção criminosa Primeiro Comando de Vitória (PCV) em liberdade.
Desde então ele segue detido no Presídio Federal de Catanduvas, no Paraná. Sua presença no júri do dia 17 será por meio de videoconferência.
O crime do barbeiro
Três pessoas, além de Marujo, foram denunciadas pela morte do jovem barbeiro. Houve ainda a participação de um menor. O texto ministerial relata que todos faziam parte do mesmo grupo criminoso — o Trem Bala — que atuava com o tráfico de drogas em bairros de Vitória.
“O denunciado Fernando ocupa posição de liderança na organização criminosa, sendo ele o responsável por arquitetar todas as ações do grupo, sobretudo, para que nenhum homicídio ocorra sem sua determinação”, foi dito na denúncia.
No dia do crime, os quatro, incluindo o menor, chegaram a Nova Palestina em um carro e cada um portava uma arma. Ainda a bordo do veículo avistaram a vítima no interior da barbearia, onde trabalhava e foi morto.
Após o ataque, todos fugiram do local. Sobre a morte é dito na denúncia do MP que ela foi motivada pelas disputas de território: “Revelada pelo propósito dos denunciados de eliminarem traficantes rivais atuantes no bairro Nova Palestina, a fim de galgarem o domínio sobre tal atividade ilícita naquela região”.
Além de Marujo, sentam no banco dos réus: Thiago Henrique Ferreira dos Santos Quintino, o Banguela ou BG; Marcos Antônio Barbosa Passos, o Feinho ou Feio; Alan Tiago de Souza, o Neguinho São Pedro. A situação do menor foi tratada na área da Infância e Juventude.
As defesas dos quatro denunciados pelo crime serão realizadas por advogados indicados pela Justiça estadual, para atuar no dia do julgamento, segundo decisões presentes no andamento processual. Eles não foram localizados, mas o espaço segue aberto à manifestação.
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