O PL deve lançar candidato próprio ao governo do Espírito Santo em 2026. Essa possibilidade não estava descartada, mas ganhou força após o anúncio da pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Presidência da República.
O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou ao Aeroporto de Vitória às 18h desta segunda-feira (22), duas horas após o previsto, acompanhado do senador Magno Malta, presidente estadual do PL. Veio participar de um culto de "clamor pelo Brasil".
Em entrevista coletiva realizada no saguão, em meio a apoiadores, Magno afirmou que "o Flávio certamente vai ter um palanque aqui".
O candidato ou candidata não está definido, mas Magno garantiu que o partido tem filiados aptos à tarefa, embora não tenha citado nomes.
O próprio Flávio Bolsonaro assegurou que o PL tem "tudo para ter um palanque completo aqui para disputar a eleição em 2026".
Por "palanque completo", entenda-se candidatos a governador, vice e senador.
Para o Senado, o partido já lançou a pré-candidatura de Maguinha Malta, filha do senador do Espírito Santo.
A OPÇÃO GUERINO ZANON
Em relação ao Palácio Anchieta, especula-se a possibilidade do PL filiar e lançar a candidatura do ex-prefeito de Linhares Guerino Zanon, que hoje está no PSD.
Essa conversa, de acordo com Magno, porém, ainda não ocorreu:
"Guerino é meu amigo, gosto dele, me apoiou em quatro eleições de senador. Eu convidei ele para vir para o PL em 2022, para ele ser nosso candidato a governador, ele não aceitou (...) Não tenho nenhum senão contra Guerino Zanon, mas essa conversa não procede. Eu não conversei com ele. Posso vir a conversar, mas não conversei".
E PAZOLINI?
Enquanto isso, há um pré-candidato à chefia do Executivo estadual que flerta, principalmente por meio de interlocutores, com o PL estadual.
Trata-se do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos). O time de Pazolini gostaria de atrair o PL para a aliança.
O prefeito da Capital, contudo, embora seja um político de direita, ou centro-direita, não recita ao pé da letra a cartilha bolsonarista.
O mais perto que chegou disso foi ao defender, em abril, a anistia aos acusados de participação na tentativa de golpe de Estado de 2023.
Mas Pazolini não se diz abertamente um apoiador da família Bolsonaro e tem um perfil mais comedido, em comparação aos fãs mais aguerridos do clã.
Ao ser questionado sobre o prefeito de Vitória, Magno respondeu que o PL vai conversar com integrantes da direita e da centro-direita, mas com um porém:
"Nós temos um projeto, então vamos discutir isso juntos, mas discutir com quem quer enfrentar esse momento difícil, sabe? Uma pessoa que põe a cara, que vai lá e defende Jair Bolsonaro".
Nesses termos, o prefeito de Vitória não pode ser descrito como alguém que "põe a cara".
Magno Malta
Senador e presidente estadual do PL
"Ninguém vai surfar na onda Jair Bolsonaro. Ninguém vai surfar no peso do PL"
O peso do PL, sozinho, entretanto, não faz milagre, mesmo em um estado em que a maioria dos eleitores, em 2018 e 2022, preferiu Jair Bolsonaro.
Em 2024, por exemplo, a sigla lançou 50 candidatos a prefeito no Espírito Santo, o maior número entre todas as siglas.
Elegeu apenas cinco, em cidades pequenas.
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